Avaliação de Lula divide institutos: Datafolha mostra reprovação crescente, enquanto AtlasIntel aponta melhora na imagem do presidente

Duas pesquisas divulgadas nesta semana apresentaram cenários distintos sobre a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto o Instituto Datafolha indica um aumento na reprovação do governo, a AtlasIntel aponta uma melhora na imagem do presidente junto à população.

Segundo levantamento do Datafolha, divulgado na quinta-feira (12), 28% dos eleitores brasileiros classificam a gestão de Lula como ótima ou boa, enquanto 40% consideram ruim ou péssima. Outros 31% avaliam como regular e 1% não soube responder. A pesquisa ouviu presencialmente 2.004 pessoas em 136 municípios, nos dias 10 e 11 de junho, com margem de erro de dois pontos percentuais.

De acordo com o instituto, a crise no INSS teve impacto direto na imagem do governo. Em abril, a aprovação era de 29% e a reprovação, 38%. Na rodada anterior, em fevereiro, a reprovação era ainda maior, 41%, contra 24% de avaliação positiva. A tendência, segundo o Datafolha, é de estagnação na aprovação e avanço na reprovação.

Já a pesquisa AtlasIntel, divulgada no mesmo período, mostra um cenário oposto. De acordo com o levantamento, 41,2% dos entrevistados aprovam o governo Lula, enquanto 47,2% desaprovam. Outros 11,6% não souberam responder ou preferiram não opinar. Em comparação com a pesquisa anterior do mesmo instituto, realizada em abril, houve um crescimento de 3 pontos percentuais na aprovação, que antes era de 38,1%.

A AtlasIntel ouviu 3.622 pessoas, entre os dias 6 e 9 de junho, por meio de coleta online, com uma margem de erro de 2 pontos percentuais. A metodologia, diferente da usada pelo Datafolha, pode explicar parte da diferença nos resultados.

Especialistas apontam que metodologias distintas — presencial no Datafolha e online na AtlasIntel — além da formulação das perguntas e o momento político específico de cada levantamento, contribuem para as variações nos números. Ainda assim, ambos os institutos registram alta rejeição ao governo, embora em graus diferentes.

As pesquisas refletem um momento de desgaste político para o Palácio do Planalto, marcado por problemas na área da Previdência, dificuldades na articulação com o Congresso e crise econômica em setores populares. A depender da evolução desses fatores, os próximos levantamentos poderão confirmar ou contrariar as tendências atuais.

Redação D1

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