O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino (Republicanos), revelou nesta quinta-feira (17) que não foi convidado nem sequer informado sobre a reunião realizada em Brasília envolvendo lideranças políticas da base governista, na qual foram discutidas estratégias para as eleições de 2026.
O encontro, que contou com a presença do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), do deputado federal Hugo Motta (Republicanos), do também deputado Aguinaldo Ribeiro (PP) e do deputado Mersinho Lucena (PP), teve como objetivo iniciar as articulações para a formação de uma chapa governista com vistas à sucessão estadual. No entanto, a ausência de Galdino no encontro chamou atenção nos bastidores da política paraibana.
“Eu não fui convidado para a reunião. Soube pela imprensa e pelas fotos que vi depois. Também não procurei saber o que foi tratado. Não toquei no assunto com Hugo Motta, nem ele comigo”, afirmou Galdino, durante entrevista ao programa Correio Debate, da Rádio Correio 98 FM.
A fala do presidente da ALPB evidencia um certo distanciamento político ou, ao menos, uma falta de alinhamento na comunicação interna entre lideranças que, em tese, deveriam estar articulando conjuntamente os rumos da base aliada do governador João Azevêdo (PSB).
Crítica à redução de cadeiras da Paraíba na Câmara
Ainda durante a entrevista, Adriano revelou que, em conversa recente com Hugo Motta, trataram de outro tema sensível à política estadual: a redução no número de deputados federais da Paraíba a partir de 2027, com a perda de uma das doze cadeiras atualmente ocupadas pelo estado na Câmara dos Deputados.
Para Galdino, a mudança — definida com base nos dados do Censo 2022 — representa um retrocesso e uma perda de representatividade para a Paraíba no Congresso Nacional. “Isso é muito ruim para o estado. Perdemos força política justamente em um momento em que precisávamos ampliar nossa presença em Brasília”, lamentou.
As declarações do presidente da Assembleia Legislativa ampliam o debate sobre a condução das articulações dentro da base governista e reforçam a percepção de que a disputa por espaços na formação da futura chapa majoritária de 2026 já começou nos bastidores, com possíveis tensões internas entre os principais atores do cenário político paraibano.
Redação D1