Eduardo Bolsonaro nega renúncia e tenta intimidar servidores da PF

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) negou neste domingo (20) que vá renunciar ao mandato, apesar de estar há quatro meses nos Estados Unidos e ter encerrado sua licença parlamentar.

Em transmissão ao vivo, afirmou que pretende seguir como deputado nos próximos meses e rebateu investigações que apuram sua atuação no exterior. “De cara adianto para vocês, eu não vou fazer nenhum tipo de renúncia, tá? Então, se eu quiser, eu consigo levar o meu mandato pelo menos aí até os próximos três meses”, declarou.

Sua fala foi proferida no dia em que sua licença se encerra. A partir de segunda-feira (21), faltas não justificadas começam a ser computadas. Caso ultrapassem um terço das sessões ordinárias, o parlamentar pode ter o mandato cassado.

Intimidação

Na mesma live, Eduardo Bolsonaro fez menção ao delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e também por procedimento administrativo contra ele próprio na Polícia Federal. “Cachorrinho da Polícia Federal que está me assistindo. Deixa eu saber não, irmão. Se eu ficar sabendo quem é você… Ah, eu vou me mexer aqui. Pergunta ao tal do delegado Fábio Schor se ele conhece a gente”.

A reação da Polícia Federal veio poucas horas depois. Ao G1, o diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues, afirmou que recebeu “com indignação mais essa covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais” e que a PF adotará as providências legais cabíveis.

Inquérito

Eduardo é alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República por suposta obstrução de Justiça, coação no curso de processo penal e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, por meio de lobby nos Estados Unidos para articular sanções contra o Judiciário brasileiro em meio ao processo contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, na ação penal do golpe.

D1 com Congresso em Foco

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