O senador paraibano Efraim Filho (União Brasil) assinou, na tarde desta terça-feira (05), o requerimento que pede o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A adesão do parlamentar ocorre em meio a uma intensa mobilização de senadores da base bolsonarista, que acusam Moraes de abuso de autoridade e de extrapolar suas competências constitucionais, especialmente em processos relacionados à propagação de fake news e atos antidemocráticos.
A iniciativa ganhou força após a decisão que colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em prisão domiciliar, na segunda-feira (04), por determinação do próprio ministro Alexandre de Moraes. No dia seguinte, Efraim confirmou sua adesão ao movimento, que busca responsabilizar o magistrado por supostos excessos no exercício do cargo no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A assinatura de Efraim foi divulgada nas redes sociais por aliados políticos, como o deputado federal Cabo Gilberto Silva (PL-PB) e o senador Marcos Rogério (PL-RO). Segundo levantamento do site Poder360, com a adesão do senador paraibano, o número de assinaturas chegou a 34. Já o site votossenadores.com.br aponta 38 senadores favoráveis ao impeachment, 19 contrários e 28 ainda indefinidos. Para que o pedido avance e seja protocolado oficialmente, é necessário o apoio da maioria absoluta dos senadores, ou seja, 41 assinaturas.
A movimentação de Efraim Filho ocorre em meio à intensificação de sua aproximação com o bolsonarismo. Na semana anterior, o senador participou de um evento do PL Mulher, em João Pessoa, onde recebeu apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro à sua pré-candidatura ao governo da Paraíba em 2026. Na ocasião, o parlamentar já havia feito duras críticas ao Supremo Tribunal Federal.
A proposta de impeachment de Alexandre de Moraes é mais um capítulo da crescente tensão entre setores do Congresso Nacional e o Judiciário, especialmente envolvendo decisões tomadas no contexto de investigações contra apoiadores do ex-presidente Bolsonaro. O desfecho do requerimento ainda depende da movimentação dos senadores que se mantêm indecisos.
Redação D1