O Banco do Brasil concedeu um cartão de crédito Elo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes depois do bloqueio de um cartão de bandeira americana do magistrado.
A oferta ocorreu depois que Moraes foi alvo da Lei Magnitsky, imposta pelo governo dos Estados Unidos. A informação foi adiantada pelo jornal Valor Econômico. A bandeira brasileira é controlada pelo Banco do Brasil, pelo Bradesco e pela Caixa Econômica Federal.
Procurado, o BB não se manifestou. Outras instituições consultadas comentaram que, por sigilo bancário, não podem informar se Moraes é correntista ou não.
Os outros bancos estão preferindo evitar comentar a situação, como ocorreu em uma reunião de CEOs nessa quarta-feira (20) e com questionamentos do jornal para outros grupos bancários. Nenhum confirmou se Moraes teria conta ou não.
A norma imposta contra o magistrado impõe sanções financeiras, como congelamento de bens e proibição de negócios com cidadãos e empresas americanas, a estrangeiros acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.
Em agenda em São Paulo nesta quinta-feira (21), o magistrado não comentou os efeitos da sanção imposta pelo governo Trump.
A uma plateia de advogados especialistas em direito administrativo, Moraes optou por uma palestra técnica ao analisar de jurisprudências levadas à Corte sobre a Lei de Improbidade Administrativa, que teve mudanças significativas em 2021 em relação à responsabilização de agentes públicos.
“Está suspensa cautelarmente – o mérito será julgado – a alteração da prescrição, que, a cada decisão, é diminuída pela metade. Oito anos, quatro anos… Porque, nos grandes casos de improbidade, às vezes, as perícias levam tempo para serem realizadas. Nada justifica a espada ficar na cabeça do agente público por anos”, disse.
A aparição pública aconteceu um dia após Alexandre de Moraes determinar que o ex-presidente Jair Bolsonaro tem até esta sexta-feira (22) para depor à Polícia Federal. O ministro quer explicações sobre uma possível tentativa de fuga à Argentina.
O ministro do STF também deu 48 horas para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o indiciamento.
A Polícia Federal afirma que o ex-presidente guardava no celular um pedido de asilo político direcionado ao presidente da Argentina, Javier Milei, alegando perseguição no Brasil.
Outras sanções
O jornalista Paulo Figueiredo – que vem realizando junto ao deputado federal Eduardo Bolsonaro a articulação para sanções contra o Brasil nos Estados Unidos – revelou em publicação nas redes sociais que o governo Trump revogou o visto do ministro de Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e do senador Rodrigo Pacheco.
Segundo ele, a ação também atingiu os familiares de ambos, mas sem revelar maiores detalhes.
Em julho, os EUA anunciaram a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes e aliados na Suprema Corte, além de seus familiares próximos.
D1 com CNN/Brasil