O empresário e político Julian Lemos (União Brasil) afirmou, em entrevista ao programa Boa Noite 247, que o ex-presidente Jair Bolsonaro está politicamente esvaziado e sem condições de mobilizar a própria base. Para o ex-deputado federal, a direita já busca novas formas de reorganização no Congresso, mas o núcleo bolsonarista perdeu força.
“Bolsonaro já é cachorro morto. Bolsonaro já é uma cadela morta, entendeu?”, disse Lemos, reforçando que o desgaste é perceptível tanto na base eleitoral quanto na condução política do ex-presidente.
Críticas ao PT e ao governo Lula
Mesmo ao reconhecer o enfraquecimento do bolsonarismo, julian Lemos destacou que o momento exige atenção redobrada do governo federal e do Partido dos Trabalhadores (PT).
“O PT tá errando muito. E digo mais, o que acontecer é culpa do PT e de Lula se não mudar a estratégia”, afirmou o ex-aliado de Bolsonaro.
Segundo ele, o principal desafio do governo não está apenas nas entregas, mas na forma de comunicá-las. “Hoje é celular. Para você se comunicar, tem que transitar no mundo digital”, ressaltou, apontando a disputa de narrativas nas redes sociais como o campo decisivo da política contemporânea.
Direita em reorganização e papel do Centrão
Julian Lemos não descarta a reorganização da direita e do centrão, especialmente no Senado, onde enxerga risco de entraves à agenda do governo. Para ele, a força política está diretamente associada a redes territoriais de apoio e ao financiamento de campanhas.
“Vai ser tanto dinheiro no mundo agora, meu irmão”, disse, ao se referir à soma de recursos públicos do fundo eleitoral e aportes privados.
O clã Bolsonaro como fator de desgaste
Na avaliação do ex-deputado, parte do enfraquecimento do bolsonarismo vem do próprio núcleo familiar.
“Quem mais ajuda hoje Lula é Eduardo Bolsonaro. É o maior cabo eleitoral que existe no Brasil. Eduardo Bolsonaro. E digo mais, quem colocou a tornozeleira no pai foi ele”, declarou, apontando que a exposição contínua do clã gera ruídos e corrói a capacidade de reorganização política da extrema direita.
O alerta
Ao concluir sua análise, o ex-deputado paraibano reforçou que o cenário não garante vitória automática ao governo, mesmo com Bolsonaro “fora de combate”. O futuro, segundo ele, dependerá da construção de narrativas consistentes, presença digital e habilidade em neutralizar resistências no Legislativo. “O PT não pode errar”, resumiu.
D1 com Paraíba Já