A campanha do Plebiscito Popular 2025 segue mobilizando entidades, movimentos sociais e instituições religiosas em todo o Brasil, e em Cajazeiras não é diferente. A consulta, que começou no dia 1º de julho e segue até 30 de setembro, busca ouvir a população sobre dois temas centrais: o fim da escala 6×1 com redução da jornada de trabalho sem diminuição de salário, e a tributação dos super-ricos, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e cobrança para rendas acima de R$ 50 mil.
Em entrevista ao programa Sempre Alerta, da Rádio Patamuté FM, nesta terça-feira (26), Alfredo Leite destacou a importância da participação popular e explicou como tem funcionado a votação no município.
Segundo ele, em Cajazeiras a primeira urna foi instalada no Sindicato dos Trabalhadores Rurais no dia 19 de julho. Em seguida, novas urnas fixas foram abertas no Colégio Estadual Crispim Coelho, no SC de Cristo do Coelho, no IFPB, no campus da UFCG – em parceria com o movimento Marcha das Mulheres, a ADUC (Associação dos Docentes da UFCG) e o DCE (Diretório Central dos Estudantes) – além de outros espaços como o SINTEF e a CPT. Há também urnas itinerantes que já percorreram locais como a Praça do Leblon, eventos públicos e sessões conjuntas da Câmara Municipal de Cajazeiras e da Assembleia Legislativa da Paraíba.
“Esse plebiscito está acontecendo em todo o Brasil e, em Cajazeiras, conseguimos envolver escolas, universidades, sindicatos e movimentos sociais. Tivemos votações com a presença de figuras públicas como a prefeita, o bispo dom Francisco de Assis, padres e até o deputado federal Luiz Couto, que registraram seu voto e reforçaram apoio à consulta popular”, afirmou o professor.
Apesar da mobilização, Alfredo criticou a pouca visibilidade dada pela imprensa local ao plebiscito. Ele destacou que o debate já trouxe resultados práticos, como a colocação em regime de urgência na Câmara Federal do projeto que prevê a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, fruto da pressão popular.
Uma audiência pública na Câmara Municipal de Cajazeiras está agendada para o dia 1º de setembro, próxima segunda-feira, às 18h00 com o objetivo de debater as pautas do plebiscito junto aos vereadores e à sociedade.
Apoio da Igreja Católica
Na Paraíba, a iniciativa conta com o apoio da Arquidiocese, que publicou nota oficial incentivando as paróquias a divulgar e disponibilizar seus espaços para a votação. O documento, assinado pela Coordenação de Pastoral e pelo Setor Social da Arquidiocese, ressalta que o plebiscito é uma oportunidade para refletir sobre justiça social e dignidade do trabalhador.
“A atual escala de trabalho 6×1 impõe esgotamento físico e mental aos trabalhadores e compromete a qualidade de vida. Já no campo tributário, o sistema brasileiro é um dos mais injustos do mundo, pois os mais pobres pagam proporcionalmente muito mais do que os ricos. O plebiscito propõe tributar os super-ricos para garantir saúde, educação, moradia e transporte dignos para todos”, diz o texto.
A Arquidiocese convoca ainda movimentos sociais, sindicatos, entidades estudantis e pastorais a atuarem como multiplicadores da campanha, organizando urnas e promovendo debates formativos nas comunidades.
Como participar
A votação segue até 7 de setembro e pode ser feita presencialmente, nos locais de coleta de votos espalhados por Cajazeiras e pela Paraíba, ou de forma online, por meio do perfil oficial no Instagram @plebiscitopopular2025, que concentra informações e orientações.
“O povo fala todos os dias sobre a necessidade de reduzir a jornada de trabalho e de pagar menos impostos, mas nossos representantes quase nunca levantam esse debate. O plebiscito é o espaço para que essa voz coletiva seja ouvida”, concluiu Alfredo Leite.
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Redação D1
