Coordenador explica liberação de águas do Açude Engenheiro Ávidos e garante controle nas comportas: “A mesma água que entra é a que sai”; ouça

Em meio às preocupações de moradores e produtores rurais da região de Cajazeiras sobre a liberação de água do Açude Engenheiro Ávidos (Boqueirão de Piranhas), o coordenador do processo de abertura das comportas, Dr. Ricardo, esclareceu, em entrevista ao comunicador Gelcimar Ângelo Castelo, colaborador do Difusora 1, que não há risco de esvaziamento do reservatório e que os ajustes técnicos já foram feitos para corrigir um desequilíbrio detectado no sistema.

Segundo Ricardo, o problema ocorreu por conta de uma disparidade na válvula de Ávidos, que estava liberando um volume ligeiramente acima do previsto. “Se pedíamos 4 metros cúbicos por segundo, ela acabava soltando um pouco mais. Mas não se tratava de nada alarmante, apenas uma questão de ajuste na válvula dispersora, que já foi corrigida. Hoje à tarde, técnicos do Dnocs fizeram a calibragem, e o sistema voltou à normalidade”, explicou.

Atualmente, o açude recebe 8 metros cúbicos por segundo da Transposição do Rio São Francisco e libera a mesma quantidade para São Gonçalo, funcionando como caixa de regulação. “A mesma água que entra é a que sai. Não estamos mexendo no superávit do reservatório. O que gera uma redução maior nesse período é a própria evaporação natural e as captações feitas ao longo do rio”, reforçou Ricardo.

Ele também destacou que o acompanhamento da operação é feito diariamente por diversos órgãos, como a Agência Nacional de Águas (ANA), o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e a Aesa, além do comitê de bacias. “Existem medições constantes, e qualquer divergência é imediatamente analisada. Não há risco do açude secar, porque ele é, por natureza, um reservatório de regulação”, garantiu.

O coordenador reconheceu, no entanto, dificuldades estruturais ligadas à manutenção dos equipamentos hidromecânicos, de responsabilidade do Dnocs, instituição que, segundo ele, “vive uma situação quase falimentar, com poucos servidores e escassez de recursos”. Mesmo assim, assegurou que os problemas técnicos identificados já foram corrigidos.

A preocupação dos moradores, manifestada nos últimos dias, se deve à percepção de que o nível da água teria baixado rapidamente, gerando perdas em plantações ribeirinhas de capim, macaxeira e batata.

Ricardo, por sua vez, pediu tranquilidade à população: “As águas da transposição estão garantidas até dezembro, e provavelmente seguirão para o próximo ano, já que o Rio Grande do Norte solicitou continuidade no fornecimento. O Açude Engenheiro Ávidos não vai secar. O que precisamos é de união para que a Paraíba também seja lembrada no Eixo Norte da Transposição”.

Ouça o que disse Dr. Ricardo:

Redação D1

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