Governo Maduro posiciona tropas e coloca armas ‘nas mãos do povo’ diante de avanço de embarcações dos EUA no Caribe

A Venezuela posicionou tropas perto de sua costa caribenha e decidiu colocar as armas “nas mãos do povo” para enfrentar uma eventual incursão dos Estados Unidos no país, segundo o governo do presidente Nicolás Maduro.

Os Estados Unidos enviaram em agosto navios e aviões de guerra ao Caribe sob o argumento de uma operação antidrogas. O governo de Maduro afirma tratar-se de uma agressão que busca promover uma mudança de regime para se apoderar do petróleo.

“De acordo com esta Constituição [da Venezuela], o monopólio das armas pertence ao Estado; o Estado decidiu que as armas do país, do Estado, estejam nas mãos do povo, para sua proteção”, afirmou o ministro do Interior, Diosdado Cabello.

“E é isso que temos feito”, acrescentou Cabello, que também é vice-presidente do partido. “Estamos em uma fase de agressão (…) de cerco”, assegurou.

Na quinta-feira (16), o governo de Maduro anunciou pelas TVs locais que estava posicionando tropas em locais estratégicos diante da aproximação dos navios norte-americanos.

Membros da Milícia Bolivariana ficam em formação durante um treinamento militar, em meio à crescente tensão com os Estados Unidos. — Foto: Gaby Oraa/REUTERS
Membros da Milícia Bolivariana ficam em formação durante um treinamento militar, em meio à crescente tensão com os Estados Unidos. — Foto: Gaby Oraa/REUTERS

O presidente dos EUA, Donald Trump, justificou o uso do “poderio militar” americano na luta contra cartéis que ele vincula a Maduro.

O mandatário venezuelano nega as acusações e, em contrapartida, afirma que a Venezuela está sendo submetida à “ameaça militar mais letal e extravagante da história”.

Diante da presença militar americana, Maduro ordenou exercícios permanentes e convocou o alistamento militar de civis, que estão sendo instruídos no manejo de fuzis.

Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. — Foto: AFP/Jim Watson

Forças militares dos Estados Unidos destruíram pelo menos quatro embarcações de supostos narcotraficantes, resultando em 21 mortos. Caracas classificou o bombardeio dessas pequenas lanchas como “execuções extrajudiciais” e uma “sentença de morte” em alto-mar.

Na sexta-feira, a Venezuela solicitou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que impeça os Estados Unidos de cometer um “crime internacional”. Segundo Caracas, o governo Trump busca “fabricar um conflito” para justificar uma invasão.

Foto: Schneyder Mendoza/ AFP

D1 com g1

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