Ao menos 64 corpos são levados por moradores para praça na Penha; total de mortos após megaoperação chega a 128

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram pelo menos 64 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da região, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29), o dia seguinte à operação mais letal da história do RJ.

Desde terça (28), já são 128 mortes. O último balanço divulgado pelo governo do RJ dava conta de 60 criminosos e 4 policiais civis e militares mortos. Os corpos levados à praça não constavam dos números oficiais, informou o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, nesta quarta.

Haverá uma perícia para confirmar se há relação entre essas mortes e a operação.

Se realmente se tratar de novos óbitos, o total de mortes pode ultrapassar 100.

Atenção, imagens forte:

Imagem de drone mostra corpos levados a praça no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 29 de outubro de 2025 — Foto: Ricardo Moraes/Reuters
Imagem de drone mostra corpos levados a praça no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 29 de outubro de 2025 — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Reconhecimento na praça

O g1 apurou ainda que os corpos, todos de homens, estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes.

O ativista Raull Santiago é um dos que ajudaram a retirar os corpos da mata. “Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo. Brutal e violento num nível desconhecido”, disse.

Segundo apurou o g1, o objetivo do traslado dos corpos até a praça foi para facilitar o reconhecimento por parentes. Moradores os deixaram sem camisa para agilizar esse processo, a fim de deixar à mostra tatuagens, cicatrizes e marcas de nascença.

Muitos dos mortos tinham feridas a bala – alguns estavam com o rosto desfigurado.

Depois, a Polícia Civil informou que o atendimento às famílias para o reconhecimento oficial ocorrerá no prédio do Detran localizado ao lado do Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio, a partir das 8h.

Nesse período, o acesso ao IML será restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público, que realizam os exames necessários. As demais necropsias, sem relação com a operação, serão feitas no IML de Niterói.

INFOGRÁFICO: veja onde se concentraram os confrontos no Rio durante megaoperação — Foto: Arte g1
INFOGRÁFICO: veja onde se concentraram os confrontos no Rio durante megaoperação — Foto: Arte g1

Corpos largados em hospital

Mais cedo, moradores transportaram 6 corpos em uma Kombi para o Hospital Estadual Getúlio Vargas.

O veículo chegou em alta velocidade e saiu rapidamente do local.

Veja mais imagens.

Seis corpos chegam ao HGV após megaoperação — Foto: Reprodução/TV Globo
Seis corpos chegam ao HGV após megaoperação — Foto: Reprodução/TV Globo
Corpos começaram a chegar ainda de madrugada — Foto: Reprodução
Corpos começaram a chegar ainda de madrugada — Foto: Reprodução
Corpos são levados para praça na Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro — Foto: Raull Santiago/Arquivo pessoal
Corpos são levados para praça na Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro — Foto: Raull Santiago/Arquivo pessoal
Mulher vela corpo de homem na Vacaria — Foto: Cesar Salles/Arquivo pessoal
Mulher vela corpo de homem na Vacaria — Foto: Cesar Salles/Arquivo pessoal
Corpos são levados para praça na Penha — Foto: Betinho Casas Novas/g1
Corpos são levados para praça na Penha — Foto: Betinho Casas Novas/g1
Foto mostra corpos colocados em praça no Complexo da Penha, no dia seguinte à operação mais letal da história do RJ — Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo
Foto mostra corpos colocados em praça no Complexo da Penha, no dia seguinte à operação mais letal da história do RJ — Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo

Foto: Ricardo Moraes/Reuters

D1 com g1

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