O Banco Master, seus gestores e parceiros são investigados desde 2020 por um desvio de R$ 500 milhões de fundos de pensão, segundo documentos obtidos pelo UOL. Daniel Vorcaro, dono do banco, foi citado pela PF, mas decisões da desembargadora Maria do Carmo Cardoso (TRF-1) impediram denúncias sob o argumento de que ele só assumiu o Master em 2021, embora a PF indique que empresas usadas nos investimentos estavam ligadas à família de Vorcaro desde 2016. Ele foi preso preventivamente em 17 de novembro por suspeita de fraude que retirou R$ 12,2 bilhões do BRB e solto no sábado; não comentou as apurações.
A investigação começou em Rondônia, alcançou ao menos 20 municípios e levou à Operação Fundo Fake. Entre os maiores aportes estão R$ 62 milhões do Igeprevto (TO) e R$ 47 milhões do Impremu (Uberlândia). Laudos da PF relatam investimentos de “altíssimo risco”, prejuízos sucessivos, “superavaliação criminosa” de ativos anunciados pela Foco DTVM (R$ 1,4 bilhão, contra patrimônio real próximo de R$ 500 milhões) e operações ligadas a Vorcaro, como o Hotel Golden Tulip, em Belo Horizonte. Outras investigações foram trancadas pela mesma desembargadora em 2022 e 2023.
Apesar das suspeitas, o Master seguiu recebendo aportes de fundos, que somam hoje R$ 1,8 bilhão, principalmente da Rioprevidência (R$ 970 milhões), Amprev (R$ 400 milhões) e Iprev Maceió (R$ 97 milhões). O banco foi liquidado pelo Banco Central em 17 de novembro, deixando recursos sem cobertura do FGC. As investigações continuam em processos separados. Sobre o caso BRB, o Master afirma: “O fundamento das investigações contra Daniel Vorcaro até agora é um fato inexistente. Não há nenhuma fraude de R$ 12 bilhões”.
Difusora1 com informações do UOL