Parlamentares ouvidos reservadamente pela CNN defendem a retomada do diálogo institucional entre Congresso e Supremo como caminho para reduzir a tensão recente entre os Poderes.
Na última sexta-feira (12), Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, ex-assessora do deputado federal Arthur Lira (PP-AL), foi um dos alvos da operação da PF (Polícia Federal) realizada para investigar desvios na destinação de recursos públicos por meio de emendas parlamentares.
O cumprimento de dois mandados de busca e apreensão foi autorizado pelo ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Nos bastidores, parlamentares criticam a “criminalização da indicação” das emendas. O entendimento é de que a indicação, por si só, é uma prerrogativa legítima do Legislativo, e que eventuais irregularidades devem ser apuradas exclusivamente na má distribuição dos recursos.
Interlocutores do centrão avaliam que Tuca apenas organizava as emendas, portanto, não teria liberdade para decidir sobre a distribuição desses recursos.
Por outro lado, esses parlamentares reconhecem a importância institucional da reaproximação com o Supremo, principalmente com o ministro Flávio Dino.
Há um entendimento ainda que o presidente da Câmara dos deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem o perfil de diálogo, o que é visto pelos aliados como uma vantagem nessa articulação com a Corte.
Por outro lado, a cúpula da Câmara reconhece que a relação com o Judiciário está abalada e que pautas como o projeto que limita decisões monocráticas no STF devem ser debatidas depois que o diálogo entre os Poderes for reestabelecido.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
D1 com CNN/Brasil