China inaugura megaporto no Peru e impacta comércio entre América Latina e Ásia

Durante sua visita ao Peru nesta semana, o presidente chinês Xi Jinping inaugurou o novo megaporto de Chancay, um complexo portuário que, em poucos anos, se tornará o maior da América do Sul. Localizado a cerca de 70 km ao norte de Lima, o porto promete transformar a logística marítima na região, com implicações significativas para o comércio entre a América Latina e a Ásia, especialmente para o Brasil. O projeto, liderado pela gigante estatal chinesa Cosco Shipping Company, envolve um investimento de US$ 3,4 bilhões (cerca de R$ 19,7 bilhões).

O megaporto de Chancay é uma infraestrutura colossal que contará com 15 embarcadouros, áreas logísticas, escritórios e um túnel de 2 km para o transporte de carga. A primeira fase do projeto foi concluída em 14 de novembro, e a expectativa é que a obra, ao ser totalmente finalizada, se torne um dos maiores centros de movimentação de mercadorias da região. Com isso, o Peru se posiciona como um novo ponto estratégico para o fluxo de navios cargueiros entre a Ásia e a América Latina.

A construção do megaporto não foi isenta de controvérsias, com questionamentos sobre os impactos ambientais e sociais na região de Chancay. A obra também gerou debates sobre a crescente influência da China na infraestrutura portuária e logística da América Latina, especialmente em países como o Peru, que têm estreitado suas relações comerciais com Pequim nos últimos anos. A presença chinesa na região, no entanto, não é vista com bons olhos por todos, principalmente por países como o Brasil, que tem receios de perder competitividade no transporte de mercadorias, dado o custo-benefício da nova rota.

O impacto do megaporto de Chancay será sentido em toda a América Latina. Para o Brasil, um dos maiores exportadores de commodities da região, o projeto pode alterar as rotas comerciais tradicionais, deslocando parte do tráfego de mercadorias para o novo hub peruano. A mudança pode significar um desafio para os portos brasileiros, que terão que se adaptar à nova dinâmica de comércio internacional, buscando manter sua relevância em um cenário de crescente competitividade global.

Redação

Gostou Compartilhe..