Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, celebrou a aprovação da nova faixa de isenção do Imposto de Renda como um marco de justiça tributária e maturidade institucional. A medida, que isenta contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil e amplia a faixa de redução até R$ 7.350, foi aprovada por unanimidade na Casa e, segundo o parlamentar, representa mais do que um avanço fiscal, é um sinal de que o país pode reencontrar o caminho da convergência política.
Motta argumenta que o sistema tributário brasileiro, por décadas, penalizou de forma desproporcional os trabalhadores assalariados, enquanto preservava distorções que favoreciam a renda do capital. A nova faixa de isenção, segundo ele, corrige parte dessa desigualdade e inaugura uma política fiscal mais equilibrada. O projeto também prevê tributação sobre lucros e dividendos acima de R$ 50 mil mensais, o que, na visão do deputado, contribui para reduzir a distância entre diferentes tipos de renda.
O presidente da Câmara destaca o papel do Executivo na construção do texto final, elogiando o diálogo institucional e o respeito à autonomia do Legislativo. Para ele, a aprovação unânime demonstra que é possível superar divergências partidárias em nome de pautas que beneficiam o país.
“Não se tratava de uma pauta de governo, mas de um projeto de país”, escreveu.
Motta também chama atenção para o volume de renúncias fiscais acumuladas ao longo das últimas décadas, de acordo com ele, mais de R$ 600 bilhões por ano e defende uma revisão criteriosa desses benefícios. Segundo ele, muitos perderam o sentido original e poderiam ser redirecionados para áreas essenciais como saúde, educação e segurança. A nova isenção, afirma, foi construída com responsabilidade, sem comprometer a disciplina fiscal.
O artigo encerra com uma convocação à responsabilidade compartilhada entre os poderes. Motta defende que o Congresso avance em pautas estruturantes como a reforma administrativa, o enfrentamento da insegurança pública e o estímulo à inovação e ao empreendedorismo.
“São pautas que não pertencem a partidos, mas ao Brasil”, afirma.
Para Hugo Motta, a aprovação da reforma do IR simboliza o início de um novo ciclo político, pautado pelo diálogo, pela escuta ativa e pela coragem de enfrentar distorções históricas. Ele propõe uma política mais próxima da realidade da população e comprometida com a construção de um país mais justo, eficiente e solidário.
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
D1 com PB Agora