Bancos devem deixar de firmar contratos de crédito por meio virtual com idosos

,A partir de uma nova regulamentação, instituições financeiras serão proibidas de firmar contratos de crédito por meio exclusivamente virtual com pessoas idosas. A medida, baseada na Lei Estadual 12.027/2021, tem como objetivo proteger esse público de possíveis abusos, fraudes e contratações realizadas sem o devido entendimento ou consentimento adequado.

A decisão foi tomada após um aumento significativo de reclamações envolvendo contratos de crédito consignado e outros produtos financeiros direcionados a aposentados e pensionistas. Em muitos casos, os consumidores relataram que não tinham plena ciência das condições contratuais ou que haviam sido vítimas de golpes.

De acordo com especialistas, o ambiente virtual, embora conveniente, pode ser um desafio para idosos que não dominam a tecnologia ou que não recebem o suporte necessário para compreender todas as cláusulas de um contrato. Essa vulnerabilidade tem sido explorada por terceiros mal-intencionados, gerando prejuízos financeiros e emocionais.

Mudanças na prática bancária

Com a nova diretriz, os bancos deverão priorizar o atendimento presencial ou, pelo menos, oferecer canais híbridos que garantam maior clareza e segurança na transação. Além disso, será obrigatório fornecer informações de forma acessível e verificar, com mais rigor, a autorização do contratante.

A medida também impõe que qualquer contrato firmado com idosos precise de uma confirmação presencial ou de mecanismos adicionais de validação, como consultas a familiares ou garantias de que o cliente compreendeu as condições apresentadas.

Impacto no setor financeiro

Para o setor bancário, a mudança representa um desafio na adaptação de processos e na implementação de novas práticas de atendimento. Porém, especialistas acreditam que a medida trará mais credibilidade às instituições financeiras e contribuirá para o fortalecimento da confiança dos consumidores.

“A proteção aos direitos dos idosos é essencial, sobretudo em um cenário onde o crédito digital está em expansão. É uma forma de garantir que esse público não seja lesado por práticas inadequadas ou fraudulentas”, afirma um analista do mercado financeiro.

Apoio e críticas

Organizações de defesa do consumidor e entidades voltadas ao bem-estar do idoso elogiaram a iniciativa, destacando que ela é um passo importante para reduzir as vulnerabilidades dessa parcela da população. No entanto, alguns críticos argumentam que a proibição pode limitar o acesso ao crédito para idosos que desejam utilizar os meios digitais de forma consciente.

A implementação da nova regra será acompanhada por órgãos de fiscalização e pela atualização de normas das instituições financeiras, com prazos específicos para a adaptação. A expectativa é de que a medida entre em vigor no início de 2025.

Redação

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