Cajazeiras lidera castrações na Paraíba e reforça apelo à população para ampliar o controle de animais de rua; Ouça

O coordenador do setor de Zoonoses de Cajazeiras, Wagner Pessoa, destacou nesta sexta-feira (18), em entrevista ao programa Sempre Alerta, da Rádio Patamuté FM, os avanços e desafios enfrentados pelo município na execução do programa de castração de cães e gatos. Segundo ele, Cajazeiras já é a cidade que mais realiza castrações na Paraíba e está à frente de um projeto contínuo desde 2020, com resultados expressivos.

“Só neste ano já realizamos 613 castrações de fêmeas e 465 de machos. Um número muito significativo. Por isso, Cajazeiras foi contemplada em primeiro lugar em um projeto do Governo do Estado voltado ao controle populacional de animais, com repasse de recursos específicos para essa finalidade”, afirmou Wagner.

Wagner PessoaCoordenador do setor de Zoonoses de Cajazeiras

De acordo com ele, a primeira parcela desse recurso já foi integralmente utilizada para castrações. A Prefeitura agora aguarda o repasse da segunda parcela, cuja documentação já foi enviada ao Estado. “Assim que o valor for liberado, vamos ampliar ainda mais o serviço no município”, garantiu.

Castração como política de longo prazo

Wagner ressaltou que o controle populacional por meio da castração é um projeto de longo prazo, com resultados visíveis apenas após seis a sete anos, considerando o tempo de vida médio dos animais. “Esse trabalho começou como uma formiguinha, lá em 2020, e hoje temos números comparáveis aos de capitais. A castração evita a proliferação e, consequentemente, o abandono de animais nas ruas”, explicou.

Segundo ele, o maior problema não é causado pelo poder público, mas sim pela falta de consciência da população, que ainda abandona animais ou reluta em aderir ao programa. “O animal não foi jogado na rua pela prefeita Corrinha, nem por mim ou Michel. Foi a população. E esse ciclo só se quebra com responsabilidade de todos”, desabafou.

Estrutura própria e limitações do Castramóvel

O serviço de castração em Cajazeiras é sustentado com recursos próprios da Prefeitura. Wagner mencionou que, embora o município tenha recebido um reboque como castramóvel, fruto de emenda parlamentar do deputado Pedro Cunha Lima, a estrutura física exigida para sua operação em outros bairros — como rede elétrica, água e esgoto — ainda é um obstáculo. “Tentamos levar o castramóvel para outros locais, mas quando abrimos cadastro, a procura é mínima. Em um caso, só duas pessoas se inscreveram. Não compensa mobilizar toda a estrutura por tão poucos”, lamentou.

Castração de fêmeas é prioridade e realizada por clínica credenciada

Wagner explicou que, para as fêmeas, o município contratou uma clínica por meio de licitação, garantindo uma estrutura mais segura para as cirurgias e o pós-operatório. “A clínica suporta de quatro a cinco procedimentos por semana. É uma medida pensada no bem-estar dos animais e dos tutores, já que qualquer complicação pode ser tratada ali mesmo”, afirmou.

Ele também reforçou o pedido à população para que colabore com o pós-operatório, atuando como “tutor provisório” dos animais até que eles possam voltar ao seu habitat natural. “Alguém alimenta, alguém cuida, então pedimos que essa pessoa seja responsável por levar e acompanhar o animal nesses dias críticos.”

Cadastro, prioridades e apelo à população

O coordenador revelou que muitos donos de animais com boas condições financeiras têm tentado usar o serviço gratuito, que é prioritariamente voltado para animais de rua e tutores de baixa renda. “Tem gente querendo castrar cachorro de raça. Isso não é o foco. A prioridade são os animais sem raça definida e os tutores que realmente não têm como pagar uma clínica particular”, destacou.

Segundo ele, o município já abriu vagas para a castração de machos de baixa renda e estuda, junto com a prefeita Corrinha Delfino e os secretários Michel e Aline, expandir o atendimento de fêmeas para esse público também. “Nos bairros mais carentes, ainda enfrentamos resistência. Tem gente que diz: ‘Não vai castrar cachorro nenhum aqui’. É uma mentalidade que precisamos vencer.”

Apesar dos desafios, Wagner comemora os avanços. “Este mês de julho conseguimos preencher as 80 vagas mensais para fêmeas. Mas há meses em que preciso implorar pra fechar essa meta. O serviço está aí, é gratuito. Só precisamos da participação da população”, concluiu.

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Redação D1

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