A cidade de Cajazeiras se prepara para viver um dos momentos mais marcantes do calendário cultural e social do município: a 4ª Parada da Diversidade, que acontece nesta sexta-feira, 18 de outubro, a partir das 20h, no Beco do Calçadão da Tenente Sabino. O evento promete celebrar o orgulho, a liberdade e a resistência, reunindo apresentações de Brianna Castilho, Fúria Negra, Deejay Toinha, Orin Igbado e DJ Theewz.
Mais do que uma festa, a Parada é um ato político e de conscientização, como destacou Delânio da Silva Sousa, Gerente Municipal LGBT de Cajazeiras, em entrevista ao programa Sempre Alerta, da Rádio Patamuté FM. Segundo ele, o movimento LGBTQIA+ da cidade passou por um processo de organização e fortalecimento interno antes de criar o evento.
“A gente está nessa luta há quatro anos, e primeiro decidiu se organizar. Queríamos entender quais são os nossos direitos e deveres, por que a gente está aqui. A parada não é apenas um momento cultural ou artístico, é um ato político, um ato de resistência”, afirmou Delânio.
O gerente explicou que o objetivo da Parada é despertar a atenção das autoridades e da sociedade para a importância de garantir direitos iguais e respeito à diversidade.
“A parada serve para mostrar que esse pessoal existe, resiste e está brigando por direitos. E quando a gente fala em direitos, não é porque queremos algo diferente de ninguém. Queremos apenas que a Constituição seja respeitada e que nossos direitos sejam assegurados com a nossa diversidade”, destacou.
Delânio também chamou atenção para o caráter singular da Parada de Cajazeiras, que se diferencia das demais realizadas pelo país.
“Eu estive no Encontro Brasileiro de Paradas, e entre quase 400 paradas no Brasil, Cajazeiras é a única organizada por um órgão municipal. Isso é um diferencial enorme. Cada parada tem sua identidade, e a nossa é a Parada da Diversidade, porque ela engloba não apenas a população LGBT+, mas também toda a diversidade cultural da cidade”, ressaltou.
Neste ano, o evento acontece em parceria com a Associação Afrocultural Ibadu, que representa os povos de terreiro e a população negra. A iniciativa busca unir diferentes expressões culturais e sociais em um mesmo espaço de convivência e respeito.
“Estamos chamando toda a sociedade para participar, porque a Parada da Diversidade não é um ato apenas de uma sigla ou grupo específico. É um espaço aberto, onde todas as pessoas são bem-vindas”, concluiu Delânio.
Com o lema “Ser quem somos é um ato político, de amor e de poder”, a 4ª Parada da Diversidade de Cajazeiras reforça o papel do município como referência regional na promoção da inclusão e do respeito à diversidade humana.
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Redação D1