ACinemateca Brasileira, em São Paulo, recebe nesta sexta-feira (25) o lançamento do livro “Luz, Cinefilia… Crítica! – Arqueologia e Memória do Crítico Linduarte Noronha”, organizado pelo jornalista e documentarista Lúcio Vilar, natural de Cajazeiras. O evento, marcado para as 17h, inclui a exibição dos filmes Aruanda (1960) e O Cajueiro Nordestino (1962), de Noronha, além de Kohbac – A Maldição da Câmera Vermelha (2009), dirigido pelo próprio Vilar.
A obra resgata a trajetória intelectual de Linduarte Noronha (1930–2012), diretor do clássico Aruanda e crítico de cinema que, nas décadas de 1950 e 1960, escrevia diariamente no jornal A União sobre nomes como Kubrick, Glauber Rocha e a Nouvelle Vague, além de movimentos como o Neorrealismo Italiano e o cinema revolucionário cubano. O livro reúne 64 textos selecionados entre mais de 900 publicados por Noronha, acompanhados de análises de especialistas como Luiz Zanin Oricchio (Estadão), João Batista de Andrade e Maria do Rosário Caetano.
Lúcio Vilar, professor da UFPB e fundador do Fest Aruanda, destaca a importância do projeto: “Noronha foi um pensador à frente de seu tempo, cujas reflexões permanecem atuais. Este livro é uma forma de reinseri-lo no debate cultural brasileiro”. O cineasta Ruy Guerra, citado em uma das crônicas de Noronha, elogiou a iniciativa: “Deve ser leitura obrigatória. A cultura brasileira ainda sofre com lacunas, e este trabalho preenche uma delas”.
Natural de Cajazeiras, Lúcio Vilar é referência no audiovisual brasileiro, com documentários como Kohbac e O Fio da Memória. Atualmente, ele prepara seu primeiro longa-metragem, O Homem por Trás do Cinema Novo, sobre o legado de Noronha, com lançamento previsto para 2026.
D1 com Coisas de Cajazeiras