A presidente do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores na Paraíba (PT-PB), deputada estadual Cida Ramos, comentou, durante entrevista à Rádio Arapuan FM na noite desta terça-feira (9), a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência da República. Para ela, o movimento do parlamentar representa um projeto personalista e familiar, que visa preservar o protagonismo político do bolsonarismo no país.
Cida iniciou destacando que o presidente Lula não interfere na escolha de adversários e possui forte respaldo popular no estado. “Lula não escolhe adversário. Lula está em uma posição de muito reconhecimento popular. Isso é muito bom aqui na Paraíba, com mais de 60% dos votos válidos”, afirmou.
Ao avaliar diretamente a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro, a deputada fez críticas contundentes, classificando a iniciativa como uma tentativa de manutenção do poder dentro da família do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Eu não posso me eximir de dizer algo sobre a candidatura de Flávio. É uma candidatura que visa um projeto pessoal do grupo familiar, que é manter a hegemonia do clã bolsonarista”, declarou.
Segundo Cida Ramos, a movimentação do senador tem causado turbulência tanto na extrema-direita quanto na centro-direita, que resistem ao que ela classifica como práticas de chantagem política. “Isso tem causado uma série de problemas, inclusive na extrema-direita, que tem vários candidatos que também não aceitam as chantagens deles, que diz que tem um preço, como é que um candidato a presidente diz que tem um preço”, questionou.
A parlamentar também afirmou que Flávio Bolsonaro tenta negociar apoio como se houvesse um valor estipulado para sua candidatura. “Ele já deu a dica aí de uma negociação, que ele tem um preço e a família tem um preço”, criticou.
Apesar das duras observações, Cida disse não ver a pré-candidatura como uma ameaça real ao cenário político nacional. “Eu não me preocupo muito com Flávio Bolsonaro”, concluiu.
A fala da deputada repercutiu no meio político e reforça o posicionamento do PT paraibano diante do avanço das articulações da oposição no país.
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Redação D1