O desmatamento na Mata Atlântica registrou uma queda significativa de 55% no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. A informação foi divulgada nesta semana pela Fundação SOS Mata Atlântica, que monitora o bioma. Este é o melhor resultado para o período nos últimos cinco anos, um indicativo de que as políticas de preservação começam a surtir efeito.
Entre janeiro e junho, foram desmatados 7.800 hectares, contra 17.500 hectares registrados nos primeiros seis meses de 2023. A Mata Atlântica, que se estende por 17 estados brasileiros, é considerada um dos biomas mais ameaçados do país, com apenas cerca de 12% de sua cobertura original ainda preservada.
Fatores que explicam a redução
De acordo com especialistas, a redução do desmatamento está diretamente relacionada ao fortalecimento da fiscalização ambiental e ao maior investimento em programas de restauração florestal. O engajamento de organizações não governamentais e de iniciativas privadas também contribuiu para o resultado.
“A retomada de ações de fiscalização pelo Ibama e a parceria com governos estaduais têm sido determinantes. Além disso, campanhas educativas e incentivos à preservação mobilizaram as comunidades locais”, destaca Márcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica.
Desafios persistem
Apesar da redução expressiva, o desmatamento ainda preocupa. Estados como Minas Gerais, Bahia e Paraná continuam liderando os índices de perda de vegetação nativa. Segundo ambientalistas, é fundamental manter a vigilância e ampliar os programas de conservação para evitar retrocessos.
Outro ponto de atenção é a pressão causada por atividades econômicas como a expansão agropecuária, o avanço imobiliário e a mineração. O bioma, que abriga cerca de 72% da população brasileira, enfrenta o desafio de equilibrar desenvolvimento e sustentabilidade.
Importância da Mata Atlântica
A Mata Atlântica é essencial para a regulação do clima, a conservação da biodiversidade e o fornecimento de água para milhões de brasileiros. O bioma é lar de espécies ameaçadas de extinção, como o mico-leão-dourado, além de ser vital para o abastecimento hídrico de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
A redução do desmatamento não é apenas uma conquista ambiental, mas também um avanço estratégico para combater as mudanças climáticas. A preservação do bioma contribui para a captura de carbono e a proteção dos recursos hídricos.
Perspectivas futuras
O resultado positivo reforça a importância de políticas públicas consistentes e de longo prazo para a preservação ambiental. O governo federal e organizações ambientais ressaltam que o foco deve ser a implementação de metas ainda mais ambiciosas para a recuperação das áreas degradadas.
“A redução é uma vitória, mas ainda estamos longe de atingir a segurança ambiental necessária. A restauração da Mata Atlântica deve ser uma prioridade para todos os setores da sociedade”, conclui Hirota.
A esperança é que os números cresçam como reflexo de uma consciência ambiental que vem se fortalecendo em todos os níveis, assegurando um futuro mais sustentável para as próximas gerações.
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