A Embraer encerrou o terceiro trimestre de 2025 com a maior carteira de pedidos de sua história: US$ 31,3 bilhões (R$ 168,7 bilhões). O resultado, anunciado nesta terça-feira (21), reflete a combinação de forte demanda global, execução eficiente e recuperação consistente da aviação comercial e executiva, e devem impactar o resultado financeiro, a ser conhecido no início de novembro.
No período, a fabricante entregou 62 aeronaves, um avanço de 5% em relação às 59 do trimestre anterior. De janeiro a setembro, as entregas somaram 148 jatos, 16% acima das 128 registradas no mesmo intervalo de 2024, reforçando o momento de expansão em todas as divisões.
O principal vetor de crescimento foi a aviação comercial, cuja carteira atingiu US$ 15,2 bilhões (R$ 81,9 bilhões), o maior patamar em nove anos. O avanço de 37% na comparação anual foi impulsionado pelo sucesso do E195-E2, aeronave que consolidou a Embraer como líder no segmento regional. O índice book to bill, que mede a relação entre pedidos e entregas, chegou a 2,7 vezes nos últimos 12 meses, sinalizando um ritmo acelerado de geração de novos negócios.
Entre os contratos de destaque estão o pedido firme da Avelo Airlines para 50 jatos, com opções para mais 50, e o do Grupo LATAM, que encomendou 24 aeronaves com 50 opções adicionais. A fabricante entregou 20 jatos comerciais no trimestre e projeta que os resultados mais visíveis do plano de nivelamento de produção comecem a aparecer a partir de 2026.
Aviação executiva em ritmo forte
A aviação executiva também mostrou vigor, com carteira de pedidos de US$ 7,3 bilhões (R$ 39,35 bilhões), alta de 65% em relação a 2024. O trimestre foi marcado pela entrega do 2.000º jato executivo da história da companhia, um Praetor 500, que simboliza o amadurecimento da linha de negócios.
A Embraer entregou 41 jatos executivos entre julho e setembro. No acumulado do ano, as 102 entregas correspondem a 68% do ponto médio da meta anual da empresa, desempenho 11 pontos percentuais acima da média histórica para o período.
Escolhas do editor
O segmento de serviços e suporte também registrou desempenho recorde, encerrando o trimestre com carteira de pedidos de US$ 4,9 bilhões (R$ 26,4 bilhões), alta de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. A unidade se consolidou como um dos pilares de estabilidade da Embraer, garantindo receitas recorrentes e margens robustas.
Defesa e segurança mostram força
Na divisão de defesa e segurança, o backlog chegou a US$ 3,9 bilhões (R$ 21 bilhões), um aumento de 8% na comparação anual. Entre os destaques está a entrega do terceiro KC-390 Millennium à Força Aérea Portuguesa, dentro do contrato firmado com a OTAN.
O A-29 Super Tucano também registrou bons resultados. A Embraer firmou contrato com o Panamá para fornecer quatro aeronaves ao Serviço Aeronaval Nacional e anunciou a venda de um modelo à norte-americana Sierra Nevada Corporation. Essa operação antecede uma potencial encomenda via o programa Foreign Military Sales do governo dos Estados Unidos.
Com desempenho sólido em todas as frentes, a Embraer consolida sua posição entre os principais players globais do setor aeronáutico. O recorde no backlog e o ritmo de entregas indicam um ciclo de crescimento sustentado, apoiado em inovação, eficiência operacional e diversificação de receitas.
D1 com Forbes