O ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro, Gilson Machado Neto, foi preso na manhã desta sexta-feira (13), em Recife (PE), durante uma operação da Polícia Federal. A informação foi confirmada oficialmente pela corporação, que atua em conjunto com a Procuradoria-Geral da República (PGR) na investigação.
Segundo as autoridades, a prisão está ligada a suspeitas de que Machado tenha participado de uma tentativa de fraude documental com o objetivo de facilitar a saída do Brasil de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A apuração aponta que o ex-ministro teria tentado emitir um passaporte português em nome de Cid, utilizando documentos falsos ou meios ilegais para viabilizar o processo.
Mauro Cid é figura central em diversas investigações que envolvem o entorno de Bolsonaro, incluindo esquemas de venda ilegal de joias e fraudes em cartões de vacinação. Ele já firmou acordo de colaboração premiada com a Justiça, revelando informações consideradas sensíveis sobre o funcionamento da chamada “milícia digital” bolsonarista e sobre tentativas de interferência em órgãos de Estado.
A Polícia Federal ainda não divulgou detalhes sobre o mandado de prisão cumprido, como se trata-se de prisão temporária ou preventiva, nem sobre os materiais apreendidos durante a operação. O caso segue sob sigilo judicial.
Gilson Machado, que também é músico e empresário, ocupou o cargo de ministro do Turismo entre 2020 e 2022, sendo um dos aliados mais próximos de Bolsonaro. Após deixar o governo, foi candidato ao Senado por Pernambuco, mas não obteve êxito nas eleições de 2022.
A defesa de Gilson Machado ainda não se pronunciou oficialmente sobre a prisão. A operação é mais um desdobramento das investigações que miram o núcleo duro do bolsonarismo, revelando novas possíveis articulações para obstrução da Justiça.
Redação D1
