Fernando Diniz e Tchê Tchê no Vasco: reencontro marca nova fase de uma relação intensa no futebol brasileiro

O acerto de Fernando Diniz como novo técnico do Vasco da Gama marca não apenas uma mudança de rumo no comando técnico do clube carioca, mas também um reencontro pessoal e profissional que chama atenção: o treinador voltará a trabalhar com Tchê Tchê, jogador com quem viveu momentos de parceria, tensão e reconciliação.

Os dois se conhecem desde os tempos de Audax-SP, quando Diniz comandou a equipe que chegou à final do Campeonato Paulista de 2016, e Tchê Tchê era um dos destaques do elenco. Desde então, a relação foi construída sobre admiração mútua, elogios públicos — e um episódio polêmico que virou símbolo da intensidade de Diniz à beira do campo.


Relação marcada por carinho e conflito

A ligação entre Fernando Diniz e Tchê Tchê sempre foi descrita como próxima e afetuosa. Em 2017, em entrevista à TV Gazeta, Diniz relembrou um momento especial ao entregar um prêmio ao meio-campista, que se destacou no Palmeiras:

“Na hora em que entreguei o prêmio para o Tchê Tchê, ele virou para mim e falou: ‘Pô, eu te amo, cara’. Nossa, cara, é algo que arrepia.”

O episódio revelou a intensidade emocional da relação entre treinador e atleta — algo que voltaria à tona anos depois, mas de maneira bastante diferente.


A bronca de 2021: o momento mais tenso

O episódio mais polêmico da relação aconteceu em janeiro de 2021, durante a passagem de ambos pelo São Paulo. Em uma derrota para o Bragantino pelo Brasileirão, câmeras flagraram Diniz gritando com o jogador, com ofensas duras:

“Seu ingrato do c…, seu perninha do c…, seu mascaradinho…”

A cena ganhou repercussão nacional. Segundo relatos, Tchê Tchê havia questionado Diniz por não poder retrucar durante o jogo, o que teria irritado o treinador. O São Paulo liderava o campeonato naquele momento, mas a equipe entrou em queda de rendimento e Diniz acabou demitido antes do fim da competição.

Dias depois, o técnico admitiu o erro publicamente e pediu desculpas:

“Foi um erro que cometi, pedi desculpas para o Tchê Tchê pela exposição e para o time.”


Reconciliação e desabafo

Cinco meses após o episódio, Diniz e Tchê Tchê se encontraram em campo novamente — dessa vez como adversários: o treinador comandava o Santos e o jogador atuava pelo Atlético-MG. Após o jogo, Diniz se aproximou do volante, que inicialmente hesitou, mas acabou aceitando o abraço do técnico.

“Minha relação com ele é bonita mesmo, autêntica. E em relações há deslizes”, afirmou Diniz após a partida.

No entanto, dois meses depois, Tchê Tchê revelou, em entrevista ao podcast Podpah, que ficou profundamente abalado com a bronca pública:

“Fiquei com muita raiva. Uma raiva incontrolável. Não foi um negócio saudável pra mim. Meu pai me ligou chorando. Isso foi totalmente contra os princípios com que fui criado.”

O jogador também criticou a postura do São Paulo na ocasião, alegando que ninguém se posicionou a seu favor dentro do clube:

“Ninguém me protegeu. Ninguém tomou a frente. Eu não tenho pai no futebol, fiz o bagulho acontecer sozinho.”


Nova chance no Vasco

Agora, quatro anos após o episódio, Diniz e Tchê Tchê voltam a trabalhar juntos — dessa vez no Vasco, que atravessa um momento delicado na temporada e aposta no estilo único de Diniz para reagir.

A expectativa em São Januário é de que o reencontro traga madureza e superação, especialmente porque, apesar das divergências, ambos já demonstraram admiração mútua e disposição para seguir em frente.


Histórico da parceria

  • 2016 – Audax-SP: Diniz e Tchê Tchê chegaram juntos à final do Paulistão.
  • 2020/2021 – São Paulo: trabalharam juntos novamente, em campanha que chegou a liderar o Brasileirão.
  • 2021 – Santos x Atlético-MG: reencontro como adversários, com gesto de reconciliação após o jogo.
  • 2024 – Vasco: o reencontro em um novo contexto, com novas responsabilidades.

Conclusão

A relação entre Fernando Diniz e Tchê Tchê é uma das mais peculiares do futebol brasileiro recente, marcada por talento, emoção, atritos e reaproximações. Agora no Vasco, ambos têm a chance de reescrever essa história — com menos tensão e mais resultados.

Difusora 1

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