Governadores de direita aliados saem em defesa de Bolsonaro após condenação: ‘Brasil chora pelo nosso presidente’

Governadores de direita se manifestaram em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a sua condenação por participação na trama golpista, decretada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ontem. Ao término de cinco dias de julgamento, ele foi sentenciado a 27 anos e três meses de prisão pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e ameaça grave, além de deterioração de patrimônio tombado.

Após a condenação, se manifestaram através das redes sociais aliados como Jorginho Mello (PL-SC), que publicou um vídeo em defesa do ex-presidente. Na gravação, o governador de Santa Catarina deu destaque aos argumentos usados pelo ministro Luiz Fux, que pediu absolvição de Bolsonaro e outros cinco réus, mas foi voto vencido pela maioria.

— O Bolsonaro foi condenado por uma suposta tentativa de depor um governo que era dele mesmo, dando um autogolpe. Essa é só uma das inúmeras inconsistências apontadas pelo ministro Fux, entre elas incompetência de foro e cerceamento de defesa e por aí vai — disse no vídeo.

Na legenda, Jorginho escreveu que o processo foi baseado em “uma denúncia sem provas” e que o ex-presidente foi “um réu condenado antes mesmo do seu julgamento”. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por sua vez, disse que a decisão da Primeira Turma “acirra tensões políticas nacionais e aprofunda a divisão entre os brasileiros”. “Queridos Flavio Bolsonaro, Eduardo, Michele, Renan, Carlos e Laura, se vocês choram por um pai, o Brasil chora pelo nosso presidente”, acrescentou.

Entre os governadores de direita com intenção de disputar o Planalto no ano que vem, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, disse em um post no X que a condenação do ex-presidente “acirra a divisão do país, e não é disso que precisamos”. “Justiça ou inquisição?”, questionou na publicação.

Em tom parecido, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), disse que o país “precisa ser pacificado” e que a população “não está feliz com a perseguição” ao ex-mandatário. “Sou solidário ao presidente Bolsonaro e aos seus familiares”, acrescentou.

Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, por sua vez, reafirmou a “defesa da anistia” aos envolvidos no 8/1 por uma questão de “pacificação nacional”. “A decisão do Supremo não encerra esse debate, tampouco a polarização extrema que divide o país. Fui o primeiro a me posicionar e reitero: se tiver a oportunidade de chegar à Presidência da República, assinarei a anistia assim que tomar posse”, disse em nota.

Já Tarcísio de Freitas (Republicados), de São Paulo, criticou a condenação, descrevendo-a como uma “sentença injusta”. “Se não se pode transigir com a impunidade, também não se pode desprezar o princípio da presunção da inocência, condenando sem provas”, disse em um post no X. O governador, no entanto, não mencionou na publicação o STF e o ministro Alexandre de Moraes, divergindo de sua manifestação durante a manifestação bolsonarista na Avenida Paulista no último domingo. Na ocasião, ele usou os termos “tirania” e “ditadura” para se referir à Corte.

Foto: Valor Econômico; Agência O Globo;

D1 com O Globo

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