A Justiça Eleitoral da Paraíba decidiu, nesta terça-feira (24), pela suspensão imediata da divulgação de uma pesquisa de intenção de voto no município de São Bento, no Sertão paraibano. A decisão foi publicada no mural eletrônico do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB), após uma denúncia feita pela coligação “São Bento avança para um futuro seguro”. O pedido de impugnação se baseia em uma série de irregularidades que comprometem a transparência e a validade da pesquisa, realizada pelas empresas Instituto Ranking de Pesquisa Ltda e Política Serviços de Internet e Comunicações Ltda.
De acordo com a coligação autora da denúncia, a pesquisa eleitoral apresenta várias falhas, entre elas:
. Ausência de origem dos recursos financeiros utilizados na pesquisa;
. Falta de um demonstrativo financeiro do exercício anterior das empresas responsáveis;
. Descumprimento das exigências previstas na resolução que regula as pesquisas eleitorais;
. Falta de isonomia na identificação de gênero entre os entrevistados;
. Ausência de um sistema interno de controle adequado que garanta a confiabilidade dos dados.
. Essas falhas, segundo o juiz responsável pelo caso, levantam dúvidas sobre a veracidade e a. imparcialidade dos resultados. Em sua decisão, ele destacou que a ausência de elementos básicos para . garantir a idoneidade do processo de coleta de dados pode comprometer a lisura do processo eleitoral. . Dessa forma, foi determinada a suspensão imediata da divulgação dos resultados, com notificação para que as empresas apresentem sua defesa dentro do prazo legal.
A decisão do TRE-PB de embargar a divulgação da pesquisa traz repercussões diretas para o cenário eleitoral em São Bento. Em meio a uma campanha eleitoral acirrada, a suspensão de uma pesquisa que poderia influenciar o comportamento dos eleitores gera impactos significativos, tanto para as coligações envolvidas quanto para os próprios eleitores.
Pesquisas eleitorais são uma importante ferramenta de análise política, fornecendo tanto aos eleitores quanto às campanhas uma visão das intenções de voto em determinado momento. A suspensão de uma pesquisa como esta, em meio ao período eleitoral, pode interromper o fluxo de informações e atrasar o ajuste de estratégias eleitorais. Para os candidatos, esses dados são essenciais para recalibrar discursos, posicionamentos e ações de campanha, visando consolidar suas bases ou conquistar eleitores indecisos.
Além disso, a suspensão levanta questões sobre a qualidade e a confiabilidade das pesquisas divulgadas durante o processo eleitoral. Uma vez que as pesquisas influenciam o comportamento dos eleitores — seja criando a percepção de uma vantagem para determinado candidato ou mobilizando bases eleitorais —, qualquer irregularidade pode impactar diretamente a integridade das eleições.
Por outro lado, a decisão também pode aumentar a pressão sobre as empresas de pesquisa, que precisam seguir rigorosamente as regulamentações impostas pela Justiça Eleitoral para garantir que seus levantamentos sejam aceitos e vistos como válidos. No caso de São Bento, a pesquisa suspensa pode não apenas prejudicar as empresas envolvidas, mas também lançar dúvidas sobre outras pesquisas que possam ser realizadas por elas no futuro.
Com a decisão judicial, a disputa eleitoral em São Bento segue com uma lacuna informacional, já que o cenário de intenção de voto dos eleitores ficará temporariamente sem dados atualizados. Isso pode aumentar a ansiedade entre os candidatos, que terão de aguardar os desdobramentos da defesa das empresas e, possivelmente, a realização de novas pesquisas que atendam às exigências legais.
A suspensão de pesquisas em momentos críticos da campanha também pode afetar o comportamento do eleitorado. Eleitores indecisos, que muitas vezes se guiam por tendências apontadas nas pesquisas, ficarão sem essa referência, podendo adiar suas decisões até que novos dados sejam divulgados, o que acirra ainda mais a disputa.
Repórter PB