O presidente da Argentina, Javier Milei, divulgou em suas redes sociais que foi laureado como Economista do Ano pela Ordem dos Economistas do Brasil (OEB). Ele publicou uma foto da reunião que teve hoje para receber integrantes da entidade brasileira em Buenos Aires. No encontro, entregaram uma carta informando a premiação ao ultraliberal argentino.
“Não poderia ter sido mais acertada”, diz a Ordem sobre a escolha de Milei em um documento que o próprio presidente compartilhou em suas redes. Segundo a entidade brasileira, o líder atua com sabedoria e determinação nas políticas monetária e regulatória, levando à estabilização da economia argentina diante de tempos difíceis.
“Sua visão estratégica e seu compromisso com a estabilidade econômica têm sido fundamentais para guiar o país em momentos de incerteza e volatilidade dos mercados”, diz o texto, que ecoa elogios de parte dos economistas à estratégia de ajuste fiscal implementada por Milei.
Apesar da desaceleração recente da inflação, a Argentina segue com índices de preços altos e níveis alarmantes de pobreza enquanto mantém o peso artificialmente valorizado sob um câmbio controlado. O país viu o seu Produto Interno Bruto (PIB) contrair 1,8% em 2024, primeiro ano de mandato do político, formado em economia, que se define como ultraliberal.
O corte de gastos, que incluiu paralisação de obras e demissão de funcionários públicos, provoca elogios entre vários economistas e investidores, mas críticos chamam a atenção para o alto custo do ajuste fiscal para os mais pobres e aposentados.
De acordo com o governo, estavam presentes o presidente da Ordem, o professor da Faculdade de Economia (FEA) da USP Manuel Enríquez García; o vice-presidente, Luis Carlos Barnabé, o coordenador local na Argentina, Iván Slepoy, e outros três membros honorários do grupo.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, por telefone, García justificou a escolha dizendo que “Nossa tradição é a de, sem nenhuma ideologia, premiar economistas que ganham destaque por sua contribuição em postos do governo e à sociedade.” Ele menciona o que chama de “efeitos positivos, principalmente entre as camadas dos mais pobres,” da gestão ultraliberal.
Na última edição, o premiado pela OEB foi o então presidente do Banco Central, . O prêmio é concedido anualmente desde 1957. Já foram premiados os economistas Felipe Salto, ex-diretor-geral da Instituição Financeira Independente (IFI), ex-secretário de Fazenda de São Paulo e atual economista-chefe da Warren; Silvia Ramos, pesquisadora da FGV; e Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE e do BNDES.
Na última edição, o premiado pela OEB foi o então presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O prêmio é concedido anualmente desde 1957. Já foram premiados os economistas Felipe Salto, ex-diretor-geral da Instituição Financeira Independente (IFI), ex-secretário de Fazenda de São Paulo e atual economista-chefe da Warren; Silvia Ramos, pesquisadora da FGV; e Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do IBGE e do BNDES.