Nordeste representa quase 20% da energia solar instalada no Brasil

Estatísticas recentes mostram que o Brasil tem um grande potencial para se consolidar como líder global na transição energética nos próximos anos. Atualmente, 70% da geração de energia elétrica no país vem de fontes renováveis. Em comparação, nos Estados Unidos esse percentual é de 21%, na França de 29%, na Rússia de 20% e na África do Sul apenas 9%. De acordo com dados apurados da ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica – a energia solar é responsável por 20,5% da matriz elétrica, o que corresponde a 49.372 MW.

Diante deste cenário, a região nordeste desempenha um importante papel, sendo responsável por quase 20% da energia fotovoltaica instalada no país, segundo dados da ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. Outro fator importante é que na região estão concentradas oito das maiores usinas de energia solar brasileiras.

O Nordeste é responsável por 19,7% da capacidade instalada de energia solar no Brasil, o que corresponde a 6.585,9 MW. Atualmente, a Bahia lidera a lista em número de sistemas fotovoltaicos, em potência instalada e investimentos, em segundo lugar o Ceará, seguido por Pernambuco.

Na Bahia são 1.293,1 MW instalados, o que representa (3,9%) de toda a matriz no Brasil, na sequência está o Ceará com 1.116 MW (3,3%), Pernambuco segue com 1.012 MW (3%), Rio Grande do Norte com 752,2 MW (2,3%), Maranhão com 712,5 MW (2,1%), Piauí 638,2 MW (1,9%), Paraíba 432,6 MW (1,3%), Alagoas com 425,3 MW (1,3%) e Sergipe com 204 MW (0,6%).

Desde 2012, a adoção da energia solar ajudou a evitar a emissão de aproximadamente 60 milhões de toneladas de CO2, reforçando o compromisso do Brasil com a sustentabilidade.

Investimentos no setor de energia fotovoltaica no Nordeste– Nos últimos anos, a produção de energia solar tem crescido significativamente na região. Dados apurados da ANEEL e ABSOLAR mostram que os investimentos acumulados na região, desde 2012, ultrapassam os R$ 25,8 bilhões. A região Nordeste possui cerca de 584 mil unidades com sistemas de energia solar e o país possui mais de 2,7 milhões de sistemas fotovoltaicos instalados.

A capacidade de exportar energia para outros estados brasileiros, em apoio ao Sistema Interligado Nacional (SIN), o que ocorre desde 2020, é vista como umas das vantagens em se investir no setor de energia fotovoltaica no nordeste e este ano foi ampliada. Segundo anunciou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em outubro deste ano, foram ampliados os limites de intercâmbio no subsistema Nordeste em direção ao Sudeste/Centro-Oeste e ao Norte, aumentando assim o aproveitamento da geração eólica e solar e, consequentemente, reduzindo as restrições de geração dessas fontes.

Desafios da Energia Solar no Brasil

Apesar do grande potencial, a energia solar enfrenta alguns desafios que precisam ser superados para que o setor se desenvolva plenamente:

·        Preço da energia: o custo da energia elétrica ainda representa um obstáculo.

·        Taxas de juros: os juros elevados dificultam o financiamento de novos projetos.

·        Oscilação cambial: a variação do câmbio impacta o custo dos equipamentos importados.

·        Limitações no sistema de transmissão: a falta de infraestrutura adequada, especialmente no Nordeste, compromete a expansão das instalações solares.

·        As concessionárias de energia podem, por exemplo, alegar “inversão de fluxo de potência” para negar pedidos de conexão de usinas solares. Esse fenômeno ocorre quando a energia gerada por um sistema solar excede a demanda do consumidor, e o excedente é enviado para a rede elétrica. Embora esse processo seja importante para otimizar o uso da energia gerada e possa resultar em créditos na conta de luz, precisa ser melhor regulado e adaptado às realidades locais.

Taxa do Sol – A chamada “taxação do sol”, como é conhecida no mercado de energia solar, começou a ser aplicada este ano sobre o valor da tarifa de energia. A cobrança corresponde a 30% do valor referente ao “Fio B”, com um aumento progressivo até 2029, quando atingirá 100% para novas instalações. No entanto, consumidores que já possuíam sistemas solares instalados antes de janeiro de 2023 ou que solicitaram a instalação até essa data estarão isentos dessa cobrança até 2045.

Mercado de energia solar: De acordo com o mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), as residências lideram o uso da tecnologia fotovoltaica, com mais de 2,8 milhões de imóveis abastecidos, com 70% do total de unidades consumidoras. A tendência é de mais crescimento no consumo no setor residencial, uma vez que, dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), projetam um aumento médio de 3% ao ano ao longo da próxima década, alcançando 226 TWh em 2034, com uma previsão de 91 milhões de consumidores, que devem utilizar, em média, 202 kWh, por mês.

Redução de custo: A energia fotovoltaica representa uma solução atraente e viável para aqueles que buscam reduzir seus custos de energia, aumentar a sustentabilidade e contribuir para um futuro mais sustentável. Ainda segundo a Absolar, como uma fonte de energia limpa, o crescimento do setor fotovoltaico contribuiu para evitar a emissão de aproximadamente 45,5 milhões de toneladas de CO2 na produção de eletricidade. Esse crescimento colocou o Brasil como responsável por 4% da oferta global de energia fotovoltaica em 2023, consolidando o país entre os maiores mercados do mundo.

Entre as vantagens do uso de energia fotovoltaica, estão a redução de custos de energia, sustentabilidade, compatibilidade com tecnologia inteligentes e autossuficiência.

Armazenamento de energia- A combinação de energia solar e baterias permite que a residência continue funcionando mesmo em caso de falta de energia da rede, mantendo dispositivos essenciais como sistemas de segurança e iluminação. As baterias de lítio têm se mostrado importantes para esse tipo de armazenamento.

Além de aproveitar uma fonte de energia limpa e renovável, o sistema de energia solar e baterias de lítio é responsável pelo armazenamento do excesso de eletricidade durante o dia, o que garante a autonomia dos sistemas de automação, como luzes, termostatos e sistemas de segurança, permitindo que sejam usados até mesmo após o pôr do sol.

Com a queda dos custos das baterias e o avanço da energia solar, o Brasil se encontra diante de uma grande oportunidade de transformação do setor energético. A adoção dessas tecnologias pode melhorar a qualidade de vida da população, especialmente em regiões onde o fornecimento de energia enfrenta maiores desafios.

Sobre a Fox ESS- A Fox ESS- unicórnio avaliado em US$ 1,38 bilhão na Bolsa de Valores de Hong Kong e líder em soluções de inversores e armazenamento de energia – ocupa posição de liderança global no desenvolvimento de inversores e soluções para armazenamento de energia. https://br.fox-ess.com/

Revista NE

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