Uma operação do Ministério Público, Receita e polícias de Minas Gerais apura um esquema de sonegação, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo atacadistas, supermercados e varejistas. Entre os alvos está o publicitário Marcos Valério, condenado no Mensalão e em prisão domiciliar, apontado como articulador do grupo. A Operação Ambiente 186, deflagrada nesta terça (2) na Grande BH e Centro-Oeste mineiro, investiga a sonegação de mais de R$ 215 milhões em ICMS e cumpriu mandados em empresas como a rede Coelho Diniz, que detém cerca de 25% das ações do Grupo Pão de Açúcar.
Segundo o MP, o esquema funcionava por meio de “empresas de fachada”, as chamadas “barrigas de aluguel”, usadas para emitir notas falsas e simular operações interestaduais, ocultando o destino real das mercadorias e reduzindo tributos. Mais de 100 empresas são suspeitas, cerca de 30 alvos diretos da ação. Foram apreendidos celulares, documentos, equipamentos eletrônicos, veículos de luxo e decretada a indisponibilidade de R$ 476 milhões em bens. O processo, na 4ª Vara especializada de Belo Horizonte, corre sob sigilo.
As autoridades analisam movimentações financeiras para comprovar lavagem de dinheiro e ampliar a responsabilização dos envolvidos. A força-tarefa mobilizou promotores, delegados, auditores estaduais e federais, policiais civis e militares, bombeiros e servidores do MP. Criado em 2007, o Cira-MG coordena ações contra fraudes tributárias estruturadas e já recuperou mais de R$ 16 bilhões aos cofres públicos.
Difusora1 com informações do G1