A Paraíba vai receber 28 unidades do antídoto fomepizol, medicamento essencial no tratamento de intoxicações causadas por metanol, substância altamente tóxica comumente associada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. A distribuição foi anunciada pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (9) e deve começar a ser feita a partir desta sexta-feira (10) em todo o país.
O lote integra uma aquisição inédita do Governo Federal, que, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), comprou 2,5 mil unidades do medicamento. O fomepizol é considerado um antídoto raro e de difícil acesso no mercado internacional, tendo sido importado de uma fabricante japonesa.
De acordo com o Ministério da Saúde, a distribuição do antídoto será feita de forma proporcional à população e à necessidade de cada estado, levando em consideração os registros de casos suspeitos e confirmados de intoxicação por metanol. Além da Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul também estão entre as unidades federativas que receberão o medicamento, por apresentarem notificações recentes.
O fomepizol atua bloqueando a ação de enzimas responsáveis pela transformação do metanol em compostos tóxicos no organismo, prevenindo complicações graves como cegueira, insuficiência renal e até a morte. Sua aplicação deve ser feita em ambiente hospitalar, sob supervisão médica especializada.
Segundo dados atualizados do Ministério da Saúde, o Brasil já contabiliza 259 notificações de intoxicação por metanol, sendo 24 casos confirmados e 235 ainda em investigação. As autoridades de saúde reforçam o alerta para que a população evite o consumo de bebidas alcoólicas de procedência duvidosa, uma vez que o metanol não possui sabor nem odor característicos, o que dificulta sua detecção sem análise laboratorial.
Com a chegada das novas doses, o Ministério pretende reforçar a capacidade de resposta dos estados diante de possíveis surtos de intoxicação, garantindo tratamento rápido e eficaz às vítimas e fortalecendo a rede nacional de vigilância em saúde.
Redação D1