O prefeito de São José de Piranhas, Bal Lins (PSB), criticou duramente, em entrevista ao programa Boca Quente, segunda edição, nesta segunda-feira (22), a forma como foi definida a liberação das águas do Açude Engenheiro Ávidos (Boqueirão de Piranhas). Segundo o gestor, a decisão tomada em reunião de comitês e órgãos responsáveis estaria beneficiando diretamente um pequeno grupo de grandes empresários, enquanto a população corre risco de ficar sem acesso adequado ao recurso.
De acordo com Bal, a destinação das águas para as Várzeas de Sousa teria sido aprovada sem considerar o impacto para os ribeirinhos e para o consumo humano. “Eles decidiram que o Boqueirão, em Engenheiro Ávidos, ia ficar só com 27 milhões de m³ de capacidade. Esse açude tinha mais de 100 milhões, e a maior parte dessa água foi enviada para as Várzeas de Sousa, priorizando seis grandes empresários. Isso é grave e precisa ser denunciado”, afirmou.
O prefeito destacou que a água não pode ser tratada apenas como insumo para a irrigação de grandes propriedades rurais, mas deve ter como prioridade o abastecimento humano. “A água não é só para as Várzeas de Sousa, não é para priorizar quem está produzindo ração. A prioridade deve ser o consumo humano, o direito da população de beber dessa água. Isso precisa ser valorizado e respeitado”, ressaltou.
Bal ainda criticou a falta de transparência no processo e disse que os responsáveis deveriam assumir publicamente a decisão. “Eles esqueceram de explicar que isso foi um crime que cometeram. Essa decisão não foi pensada no povo, mas em interesses privados. É importante que todos saibam disso”, completou.
A fala do prefeito se soma às preocupações já levantadas por ribeirinhos e lideranças políticas da região, que temem que a liberação em grande volume comprometa a segurança hídrica das comunidades que dependem diretamente do Açude Engenheiro Ávidos.
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Redação D1


