No comentário apresentado no programa Boca Quente – Parte Dois, o professor e analista político Hebert Melo fez uma leitura ampla do atual momento político nacional e, especialmente, do xadrez eleitoral da Paraíba para 2026. Em tom crítico, Melo destacou que o país vive “um Congresso Nacional mergulhado em sucessivos escândalos e episódios que afastam o foco dos temas realmente relevantes para o desenvolvimento do Brasil”.
Segundo ele, parte da indignação popular vista nas redes sociais — com movimentos que pedem mudanças profundas no Legislativo — nasce de um ambiente de “novelas diárias”, que, em sua avaliação, impedem o país de avançar em reformas estruturais e políticas públicas necessárias.
Lula define rumos na Paraíba: João Azevêdo e Veneziano seriam os nomes ao Senado
Ao direcionar o comentário para a política paraibana, Hebert Melo afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria sinalizado apoio a dois nomes para a disputa ao Senado em 2026: o governador João Azevêdo (PSB) e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB).
Para Melo, a escolha demonstra que Lula pretende manter forte influência política no estado:
“Lula escolheu seus dois senadores na Paraíba. Vai com Veneziano, considerado um dos mais próximos a ele no Congresso, e vai com João, pavimentando o caminho para o Senado”, afirmou o professor.
Ele observa que, caso ambos sejam eleitos, a Paraíba teria dois representantes “alinhados ao governo federal”, o que pode ter impacto direto nas articulações eleitorais e na distribuição de apoios dentro do estado.
Tensões locais: Cícero Lucena, PT e alianças indefinidas
O analista também destacou a situação do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que, segundo ele, aguarda um sinal do PT para consolidar seu palanque. No entanto, Melo ressalta que a relação não tem sido fácil:
“Não foi a primeira, nem a segunda, nem a terceira vez que não há sintonia. Parece que o prefeito não tem interesse real nessa aproximação”, disse.
Esse distanciamento, afirma o professor, pode fragmentar a base aliada e gerar incertezas para a formação das chapas majoritárias até abril de 2026, prazo final para desincompatibilizações e definições partidárias.
Disputa ao Senado ainda tem nomes correndo por fora
Além de João Azevêdo e Veneziano, o professor lembra que outros potenciais candidatos seguem no radar, como Efraim Filho, Marcelo Queiroga e André de Lira, que podem alterar o equilíbrio da disputa.
Apesar disso, Melo avalia que, com o apoio direto do presidente Lula, João e Veneziano largam em vantagem:
“Se João já tinha força como governador e Veneziano era o queridinho, aguardemos os próximos sinais”, concluiu.
Um 2026 de incertezas
Encerrando sua análise, Hebert Melo reforçou que o quadro político paraibano ainda está em formação e que muitas definições dependerão dos próximos meses:
“Quem viver verá. Essa é a política na Paraíba para 2026.”
A declaração resume o clima de expectativa e indefinição que marca o cenário político estadual, em meio a articulações nacionais e disputas internas que devem ganhar intensidade ao longo do próximo ano.