PT da Paraíba terá eleição interna acirrada com quatro candidaturas e disputa por rumos da legenda até 2026

A eleição para a presidência do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) na Paraíba se encaminha para ser uma das mais disputadas e politicamente significativas dos últimos anos. O processo, que culmina com votação marcada para o dia 6 de julho, contará com quatro candidaturas que representam diferentes correntes internas e visões de futuro para o partido: a deputada estadual Cida Ramos, o sindicalista Arimatéia França, o bancário sertanejo Carlos Guedes e o atual secretário de organização do PT-PB, Luizinho Nunes.

Inicialmente, o cenário começou com duas candidaturas de peso: a de Cida Ramos, que busca se tornar a primeira mulher eleita para o comando estadual da legenda, e a de Arimatéia França, nome histórico do movimento sindical e ex-presidente da CUT na Paraíba. Cida, professora da UFPB e assistente social com longa militância no PT desde os anos 1990, vem com o respaldo de figuras expressivas do partido, como o atual presidente estadual Jackson Macedo e o dirigente municipal Marcos Túlio. “Minha trajetória política e minha militância me colocam diante dessa responsabilidade. O PT precisa de coesão, organização nos diretórios e estímulo à base militante”, defende a deputada.

Arimatéia, por sua vez, aposta num discurso mais combativo e ideológico, buscando reconectar o partido com as lutas populares e o sindicalismo de base. Ele defende um PT mais próximo das demandas do povo paraibano e articulado com a frente de esquerda nacional. “Entramos nessa disputa com respeito aos companheiros, mas com firmeza. Defendemos um PT mais militante, mais presente nas lutas”, afirma.

A entrada de Carlos Guedes e Luizinho Nunes ampliou o leque de opções e trouxe novos elementos à disputa. Guedes, bancário e representante da corrente “O Movimento PT”, foca na mobilização da militância do Sertão e no diálogo com o sindicalismo bancário. Com discurso enfático, aposta numa renovação interna do partido. “Este será um PED histórico, sem precedentes. Nossa vitória será grande”, projeta.

Luizinho Nunes, da ala “Resistência Socialista” – ligada ao deputado Luiz Couto e ao ex-governador Ricardo Coutinho –, busca unir as correntes internas com um perfil conciliador. Atual secretário de organização do partido, ele afirma contar com amplo apoio das bases da militância e de lideranças nacionais, como o ministro Paulo Teixeira. “Vamos para o segundo turno com muita confiança. Contamos com o apoio de várias forças da base socialista”, declarou.

O novo presidente terá pela frente grandes desafios. Apesar da expressiva vitória de Lula na Paraíba em 2022, o PT vive um momento de fragilidade no estado: elegeu apenas um prefeito em 223 municípios nas eleições municipais de 2024, evidenciando a necessidade urgente de reconstrução e maior enraizamento nas cidades. Internamente, o partido enfrenta divisões, disputas entre correntes e dificuldades organizativas.

Com quatro candidaturas competitivas, a eleição interna do PT paraibano vai além da escolha de um novo dirigente. Trata-se de um momento crucial para reposicionar o partido no estado e prepará-lo para as disputas de 2026, com a missão de alinhar o diretório estadual ao projeto nacional de reeleição do presidente Lula e ao fortalecimento da esquerda no cenário político paraibano.

Redação D1

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