Saúde mental em foco: CAPS em Cajazeiras reforça atendimento após tragédia em João Pessoa

A morte de um jovem no zoológico de João Pessoa reacendeu o debate sobre saúde mental. Naylla Duarte, coordenadora do CAPS 2 de Cajazeiras, destaca que “saúde mental não é brincadeira” e que o caso do jovem, que tinha um transtorno mental grave, mostra como julgamentos imediatos na internet ignoram anos de sofrimento e a falta de acolhimento familiar, que é essencial para a efetividade das políticas públicas de saúde mental. Segundo ela, “ninguém tem saúde mental sem moradia, acesso à escola, alimentação e lazer”.

Sobre a luta antimanicomial, Naylla explica que a Lei 10.216 substituiu o modelo asilar por centros de atenção psicossocial (CAPS), que permitem cuidado em liberdade e dentro da comunidade. “Hoje na Paraíba ainda temos o Juliano Moreira, mas os pacientes não vivem no manicômio; eles recebem tratamento com equipe multidisciplinar e retornam aos seus municípios”, diz. O movimento antimanicomial, segundo ela, trouxe avanços importantes, mas precisa ser fortalecido, já que ainda há resistência ao modelo moderno de atendimento.

Em Cajazeiras, a rede de saúde mental conta com três CAPS: o CAPS 2 para adultos com transtornos graves e persistentes, o CAPS AD3, 24 horas, voltado a álcool e drogas, e o CAPS infantil, que atende menores de 17 anos. Além disso, há uma residência terapêutica para até oito pacientes. Naila ressalta que os serviços foram ampliados e modernizados, destacando que o CAPS AD3 é o mais bem estruturado da Paraíba, e que os CAPS 2 e infantil foram reinaugurados este ano com foco em humanização e acolhimento.

Assista a reportagem de Jocerlano Lúcio com registros de Juninho da Mídia:

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