Secretário de Saúde explica interdição no Hospital Regional de Cajazeiras e garante continuidade dos atendimentos em estruturas provisórias; ouça

O Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (COREN-PB) interditou, nesta segunda-feira (07), dois setores essenciais do Hospital Regional de Cajazeiras: a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a Central de Esterilização (CME). A medida suspende imediatamente as atividades de enfermagem nessas áreas, com base em irregularidades estruturais identificadas no Processo Administrativo nº 40437/2025.

De acordo com o COREN-PB, as falhas observadas representam risco iminente à vida de pacientes e à integridade física dos profissionais de enfermagem, tornando inviável a prestação de cuidados de forma segura e tecnicamente adequada. A interdição da UTI será gradativa, enquanto a da Central de Esterilização é total. O documento oficial que detalha a decisão foi afixado nas entradas dos setores afetados, alertando sobre a impossibilidade de funcionamento até a resolução das inconformidades.

Em entrevista ao programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, nesta quarta-feira (08), o secretário estadual de Saúde,  Ari Reis, esclareceu os motivos que levaram à situação. Segundo ele, as reformas em andamento no hospital motivaram a instalação provisória dos setores agora interditados.

“Estamos dialogando com o Conselho Regional de Enfermagem desde o final de maio sobre a infraestrutura provisória da UTI, do Centro Cirúrgico e da CME, enquanto as sedes definitivas passam por reformas. Inclusive, o Ministério Público da Paraíba e a promotora de saúde em Cajazeiras acompanham esse processo. Fomos surpreendidos com a decisão do Conselho, que não interdita fisicamente os setores, mas sim o exercício da enfermagem, alegando que não há condições adequadas de trabalho para esses profissionais”, explicou  Ari Reis.

O secretário afirmou que a interdição ocorreu mesmo com pareceres favoráveis das Vigilâncias Sanitárias municipal e estadual. “A população não pode ficar sem UTI e sem cirurgias enquanto aguardamos a conclusão das novas estruturas. Por isso, estamos recorrendo da decisão do COREN-PB e tentando, dentro da legalidade, garantir a continuidade dos atendimentos”, reforçou.

Ao ser questionado pelo repórter Ian Braga sobre as consequências práticas da interdição para os pacientes,  Ari Reis assegurou que a população não ficará desassistida.

“Não vai faltar leito de UTI. Caso a unidade de Cajazeiras não possa receber novos pacientes nos próximos dias, eles serão prontamente transferidos para unidades de Sousa, Catolé do Rocha, João Pessoa, Campina Grande ou Patos. Já com relação ao Centro Cirúrgico, os instrumentos serão esterilizados diariamente no Hospital Regional de Sousa e trazidos de volta a Cajazeiras para manter o atendimento cirúrgico. A CME foi interditada por causa da instalação de um autoclave em local inadequado, mas já ordenamos a remoção do equipamento”, explicou o secretário.

Questionado pelo professor Hebert Mello sobre a previsão de solução para o problema, Patrick informou que uma nova reunião com o COREN-PB está marcada para esta quinta-feira (09).

“Temos uma sinalização positiva de que o Conselho acolhe nossas justificativas e decidirá em conjunto sobre a reversão da interdição. Nossa expectativa é de que, até o início da próxima semana, possamos retomar os serviços na UTI e na Central de Esterilização, enquanto seguimos com a obra que visa justamente melhorar o atendimento em Cajazeiras”, declarou.

Por fim, Patrick reforçou o compromisso do Governo do Estado com a melhoria dos serviços e lamentou o impacto da medida. “Estamos tentando trocar a roda com o carro andando. Melhorar a estrutura sem suspender serviços essenciais. Esperamos que o bom senso prevaleça e que possamos garantir à população o atendimento digno que ela merece.”

A situação segue sendo acompanhada de perto pelas autoridades de saúde e pelo Ministério Público. A expectativa é de que uma solução definitiva seja anunciada nos próximos dias.

Ouça o que disse o secretário:

Redação D1

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