Os operários da construção civil em João Pessoa iniciaram, nesta segunda-feira (16), uma paralisação por tempo indeterminado em protesto contra o descumprimento do acordo coletivo firmado em abril deste ano com as empresas do setor. A decisão foi tomada durante assembleia realizada no domingo (15), organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Pesada e do Mobiliário da Capital (Sintricom-JP).
De acordo com o sindicato, a greve é uma resposta à postura das empresas que, mesmo após o acordo formalizado, não implementaram as melhorias negociadas. Entre os principais pontos descumpridos estão o reajuste salarial de 7,51%, a melhoria na qualidade e quantidade da alimentação fornecida nos canteiros de obras — com destaque para o reforço no café da manhã — e ajustes na composição da cesta básica mensal distribuída aos trabalhadores.
Durante a assembleia, os trabalhadores também rejeitaram as propostas mais recentes apresentadas pelo Sindicato da Indústria da Construção e do Mobiliário da Paraíba (Sinduscon-PB). Segundo o Sintricom-JP, as contrapropostas não atenderam às demandas essenciais da categoria e foram consideradas uma tentativa de recuo por parte das empresas.
A direção do Sintricom classifica o momento como crítico e de impasse nas negociações, e afirma que a greve é legítima diante da falta de avanços concretos. “Firmamos um acordo com cláusulas claras, e agora o patronato tenta desrespeitar os trabalhadores. Vamos manter a mobilização até que todos os pontos negociados sejam cumpridos”, declarou um dos dirigentes sindicais durante a reunião.
A paralisação deve afetar diretamente diversas obras públicas e privadas em andamento na capital paraibana, podendo impactar prazos de entrega e cronogramas de construtoras. Ainda não há previsão para retomada das atividades, e novas assembleias devem ser convocadas ao longo da semana para avaliar os rumos do movimento.
O Sintricom também informou que está buscando apoio institucional junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT), caso a mediação nas negociações não avance nos próximos dias. “Queremos respeito ao que foi acordado e melhores condições para quem constrói o futuro da cidade”, reforçou o sindicato.
O Sinduscon-PB ainda não emitiu nota oficial sobre o início da greve. Enquanto isso, o clima nos canteiros é de mobilização crescente, com trabalhadores concentrados em pontos estratégicos das principais obras de João Pessoa, reforçando a paralisação e cobrando cumprimento integral do acordo coletivo assinado há dois meses.
Redação D1