Uma tragédia comoveu a capital paraibana nesta segunda-feira (17), com a confirmação da morte de uma criança de apenas três anos, vítima de um incêndio ocorrido no último fim de semana, no Bairro das Indústrias, em João Pessoa. O menino não resistiu aos ferimentos e faleceu no Hospital de Emergência e Trauma, onde estava internado desde a noite da sexta-feira (14), data em que o apartamento da família foi tomado pelas chamas no Condomínio São Rafael.
Segundo boletim médico divulgado pela unidade hospitalar, a criança sofreu queimaduras de alto grau e graves lesões nas vias aéreas, que comprometeram severamente sua capacidade respiratória. O quadro evoluiu para insuficiência respiratória e, posteriormente, para sucessivas paradas cardíacas. Mesmo diante do esforço da equipe médica, a criança não resistiu. O corpo foi velado ainda na noite de segunda no próprio condomínio, em uma cerimônia marcada pela forte comoção de familiares, amigos e vizinhos.
A mãe da criança, que trabalha como autônoma, estava fora de casa no momento do incêndio e desde então acompanha de perto o estado de saúde do companheiro e dos outros dois filhos, que também ficaram feridos. O pai, de 36 anos, teve cerca de 60% do corpo queimado e permanece internado em estado grave. Um dos filhos do casal, um bebê de apenas um ano, continua na UTI pediátrica, entubado e sedado. O terceiro filho, de quatro anos, também sofreu com a inalação de fumaça e chegou a apresentar quadro de insuficiência respiratória, mas já passou por procedimentos de emergência e está em estado estável.
O Corpo de Bombeiros realizou uma perícia no local do incêndio na manhã desta terça-feira (18). A principal suspeita é de que o fogo tenha se iniciado por volta das 23h no interior do apartamento, mas as causas exatas ainda estão sendo investigadas. Vizinhos relatam que ouviram gritos e viram fumaça saindo pelas janelas antes da chegada dos bombeiros.
Durante o velório, a avó da criança, visivelmente abalada, relatou os momentos de esperança e desespero vividos nos últimos dias. Segundo ela, o coração do menino parou várias vezes, mas voltava a bater, como se lutasse para se despedir da mãe, que conseguiu chegar a tempo de dar seu último adeus no hospital.
A tragédia expõe a vulnerabilidade de muitas famílias que vivem em áreas com infraestrutura precária e levanta questionamentos sobre a segurança dos imóveis populares. A comunidade do Bairro das Indústrias se mobiliza agora em apoio à família, que enfrenta não apenas o luto, mas também uma dura batalha pela recuperação dos sobreviventes.
Redação D1