Trump diz que China ‘fez a única coisa que não pode se dar ao luxo de fazer’: ‘não vou recuar’

Foto: Doug Mills/The New York Times

O presidente criticou a por anunciar uma retaliação às e prometeu que suas políticas econômicas “nunca mudarão”, enquanto a perspectiva de uma guerra comercial causava mais turbulência na economia global.

Nesta sexta-feira, Trump condenou a em resposta às , que aumentaram os impostos sobre as importações chinesas para pelo menos 54%. Esse confronto aumentou os temores de que sua disputa comercial possa se intensificar e levar as economias globais a uma recessão.

“A China jogou errado, eles entraram em em pânico — a única coisa que não podem se dar ao luxo de fazer!”, postou Trump nas redes sociais.

O presidente dos EUA não anunciou planos para responder à China com novas medidas, mas já havia prometido anteriormente que, se os países aumentassem tarifas em resposta às suas novas políticas, ele faria o mesmo. A Casa Branca se recusou a comentar a publicação de Trump.

Também nesta sexta-feira, Trump afirmou em sua página nas redes sociais que conversou com o líder vietnamita To Lam e acrescentou que Lam “me disse que o Vietnã quer reduzir suas tarifas para ZERO se conseguir chegar a um acordo com os EUA”. Trump impôs uma tarifa de 46% sobre os produtos vietnamitas, que entrará em vigor na próxima quarta-feira, dia 9 de abril.

“Agradeci a ele em nome do nosso país e disse que aguardo ansiosamente uma reunião em um futuro próximo”, afirmou o presidente dos EUA.

Países avaliam como responder às tarifas de Trump

Os países estão analisando como reagir às mais recentes tarifas de Trump, que elevaram os impostos dos EUA ao nível mais alto em mais de um século e abalaram o sistema de comércio mundial do pós-Segunda Guerra Mundial, que ele há muito tempo considera injusto.

Enquanto a China impôs tarifas sobre produtos americanos, o Camboja se ofereceu para reduzir suas próprias taxas na tentativa de convencer Trump a desistir da aplicação de uma tarifa de 49% — uma das mais altas sobre qualquer economia asiática. Consulte abaixo, pelo nome do país, a lista completa. .

Principais autoridades do governo, incluindo o próprio presidente, têm enviado mensagens contraditórias sobre a possibilidade de parceiros comerciais dos EUA fecharem acordos para reduzir as novas tarifas. No entanto, nesta sexta-feira, Trump sugeriu que havia pouca margem para negociação.

“AOS MUITOS INVESTIDORES QUE ESTÃO VINDO PARA OS E INVESTINDO QUANTIAS MASSIVAS DE DINHEIRO, MINHAS POLÍTICAS NUNCA MUDARÃO. ESTE É UM ÓTIMO MOMENTO PARA FICAR RICO, MAIS RICO DO QUE NUNCA!!!”, postou Trump nas redes sociais.

As ações dos EUA sofreram mais um forte golpe nesta sexta-feira, acelerando uma liquidação rápida que não era vista desde o início da pandemia de Covid-19 em 2020. O índice de referência S&P 500 caiu 3,7% às 10h32 (hora local) em Nova York, após recuar até 4,1% no pré-mercado.

Depois de publicar suas mensagens, Trump viajou para seu clube de golfe em West Palm Beach, na Flórida.

Ignorando a turbulência do mercado, o presidente pareceu fortalecido pelos dados de emprego de março, que superaram as previsões, com a criação de 228.000 vagas no setor não agrícola no mês passado. Esses números refletem decisões de contratação antes do anúncio de seu plano tarifário.

“NÚMEROS DE EMPREGO INCRÍVEIS, MUITO MELHORES DO QUE O ESPERADO. JÁ ESTÁ FUNCIONANDO”, escreveu o presidente em outra postagem nas redes sociais.

Dificultando ainda mais a situação para líderes estrangeiros e executivos empresariais estão os sinais contraditórios de Trump sobre sua disposição de negociar para reduzir o tamanho e o alcance de suas tarifas. Na noite de quinta-feira, Trump sugeriu que poderia reduzir suas tarifas se outras nações lhe oferecessem algo “fenomenal”.

Trump e seus principais assessores afirmam que contam com as tarifas — incluindo uma taxa mínima de 10% sobre todos os parceiros comerciais dos EUA — para incentivar o investimento interno por parte das empresas que desejam evitar impostos sobre importações. Conceder isenções poderia minar esse incentivo para investir na manufatura dos EUA, disse Peter Navarro, conselheiro comercial da Casa Branca, em uma entrevista à CNBC na quinta-feira.

Pressão sobre Powell

O presidente americano aproveitou para pedir ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que reduza as taxas de juros, reiterando seu desejo de longa data para que o banco central mantenha os juros baixos a fim de estimular a demanda do consumidor.

“Este seria o momento PERFEITO para o presidente do Fed, Jerome Powell, cortar as taxas de juros. Ele está sempre ‘atrasado’, mas agora poderia mudar sua imagem — e rapidamente”, postou Trump.

“Os preços da energia caíram, as taxas de juros caíram, a inflação caiu, até os ovos caíram 69%, e os empregos aumentaram, tudo isso em apenas dois meses — UMA GRANDE VITÓRIA para os Estados Unidos. CORTE AS TAXAS DE JUROS, JEROME, E PARE DE FAZER POLÍTICA!”, acrescentou.

Separadamente, Trump compartilhou um vídeo do TikTok de outro usuário, que afirmava que ele estava “deliberadamente derrubando o mercado” em 20% como parte de uma grande estratégia para forçar o Federal Reserve a “reduzir drasticamente as taxas de juros”.

O vídeo argumenta que as tarifas obrigariam as empresas a investir nos EUA e fariam com que os agricultores “vendessem mais de seus produtos dentro do país, reduzindo significativamente os preços dos alimentos”.

Em discurso nesta sexta-feira, Powell afirmou que o e o banco central americano deve garantir que isso não leve a um problema crescente de inflação.

D1 com O Globo

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