Vereador de Joinville causa polêmica ao propor “controle migratório” para evitar “favelão” em SC; veja o vídeo

Em vídeos e postagens recentes nas redes sociais, o parlamentar afirmou que, sem medidas de restrição à chegada de migrantes de outras regiões do Brasil, especialmente do Norte e Nordeste, o estado “vai virar um grande favelão”.

A declaração, que rapidamente viralizou, provocou indignação e levantou acusações de xenofobia. A vereadora Vanessa da Rosa (PT) reagiu publicamente:
“Quando um vereador vai à rede social para defender o controle do fluxo migratório para que a cidade não se torne um ‘favelão’, ele agride todo o povo de Joinville que construiu essa cidade vindo de todo o lugar. É, sobretudo, um discurso racista, que ataca uma comunidade que tem a pele mais escura. Um discurso que envergonha e que não pode ser admitido”, afirmou.

Crítica ao pacto federativo e temor de “favelização”

O estopim da polêmica foi a crítica de Batista ao pacto federativo, sistema que distribui receitas e responsabilidades entre União, estados e municípios. O vereador alegou que Santa Catarina “paga a conta duas vezes”: contribui para o orçamento federal e ainda enfrenta a pressão de novos moradores vindos de estados “mal geridos”.

Segundo ele, o fluxo migratório gera sobrecarga nos serviços públicos e aumenta o risco de crescimento desordenado. Em um podcast, Batista ampliou as críticas também a imigrantes vindos da Venezuela e do Haiti, relacionando a chegada dessas populações ao aumento da população de rua e à pressão sobre saúde e educação.

Projeto entregue a Kim Kataguiri

Batista afirmou ter encaminhado ao deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) uma proposta que daria autonomia às prefeituras para fiscalizar a entrada de novos moradores. O modelo exigiria que qualquer pessoa que se mudasse para uma cidade comprovasse residência em até 14 dias, sob pena de ser considerada em situação irregular.

O vereador defende que a medida combateria “invasões ilegais” e “habitações irregulares” que, segundo ele, alimentam a formação de áreas dominadas pelo crime organizado. Ainda sem protocolo formal em Brasília, a proposta, segundo Batista, está em fase de ajustes e deve ser apresentada em breve.

Referência internacional e justificativa

O parlamentar citou como inspiração medidas adotadas pela Alemanha, que em 2024 reintroduziu controles temporários em fronteiras para frear a imigração irregular. Ele também se apoia em estudos do economista Edward Glaeser, de Harvard, que apontam a urbanização desordenada como fator de precarização social.

Embora insista que “não é contra a migração”, Batista argumenta que o poder público não teria capacidade de expandir a infraestrutura na mesma velocidade do crescimento populacional, o que poderia levar ao “colapso fiscal” até 2029.

Veja o vídeo:

D1 com Norte Radar SC

Gostou Compartilhe..