Neste 20 de novembro, o Brasil vivencia um marco histórico com a celebração do Dia da Consciência Negra como feriado nacional. Pela primeira vez, a data, que tradicionalmente já é comemorada em muitos estados e municípios, adquire status de feriado em todo o território nacional, após a sanção da Lei nº 14.607, de 2023. Esta medida representa um passo importante na luta por igualdade racial e reconhecimento da contribuição dos negros para a formação da sociedade brasileira.
A escolha do 20 de novembro não é acidental: a data foi estabelecida em memória da morte de Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes do Quilombo dos Palmares, símbolo de resistência e luta contra a escravidão. Zumbi, que lutou pela liberdade e dignidade dos negros no Brasil colonial, é uma figura central na história do movimento negro e sua memória inspira a reflexão sobre o legado da escravidão, a desigualdade racial e a persistência do racismo estrutural no país.
A aprovação do feriado nacional reflete um movimento crescente de reconhecimento da importância histórica e cultural da população negra. Durante séculos, os negros no Brasil foram privados de direitos, vivendo sob um sistema escravocrata que perdurou até 1888, com a abolição da escravatura. No entanto, mesmo após a abolição, os afro-brasileiros continuaram a enfrentar sérias desigualdades sociais, políticas e econômicas, desafios que se estendem até os dias atuais.
O feriado de 20 de novembro busca, portanto, mais do que uma comemoração; é um momento de reflexão e conscientização sobre a importância da equidade racial e o enfrentamento do racismo. A iniciativa visa, ainda, fortalecer as políticas públicas de promoção da igualdade racial, que envolvem desde a educação até o acesso a empregos, saúde e moradia para a população negra, historicamente marginalizada.
Organizações sociais e movimentos de combate ao racismo têm se manifestado sobre a relevância do feriado, destacando a oportunidade de visibilizar a história e as conquistas do povo negro, além de reforçar a necessidade de políticas públicas voltadas para a superação das desigualdades raciais. A data também é um chamado à reflexão sobre o racismo institucional e suas manifestações em diversas esferas da sociedade brasileira, como a polícia, a educação, o mercado de trabalho e a cultura.
Para muitos, a Consciência Negra vai além de uma data comemorativa: é um momento para destacar as vitórias do movimento negro, como a criação de cotas raciais nas universidades, a atuação de figuras negras na política, na cultura e em diversos campos, e as iniciativas que buscam valorizar a identidade afro-brasileira.
Neste 20 de novembro, o Brasil celebra não apenas a memória de Zumbi dos Palmares, mas também as vozes e as lutas do povo negro que, ao longo da história, têm se dedicado a construir uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária para todos.
Redação