O Governo Federal apresentou nesta quarta-feira, 5 de fevereiro, o Plano de Escoamento da Safra 2024/2025, que reúne as principais iniciativas para aprimorar a logística e a infraestrutura brasileiras, garantindo o escoamento eficiente da safra de grãos. Neste ano, há previsão de aplicação de R$ 4,5 bilhões para reduzir os custos logísticos e fortalecer a competitividade do país no mercado agrícola internacional.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção deste ano registre um crescimento recorde de 8,3% em relação à safra anterior, totalizando 322,47 milhões de toneladas de grãos, especialmente soja e milho – um aumento de 24,62 milhões de toneladas em comparação com 2023/2024. Caso isso aconteça, este será o maior volume já registrado na história do país.
Em 2024, os corredores do agro receberam do Ministério dos Transportes investimento de R$ 3,6 bilhões em melhorias nas rotas por onde passaram cerca de 298 milhões de toneladas de alimentos como arroz, feijão, soja e milho. Já em 2022 o investimento foi de apenas R$ 1,98 bilhões.
“O Brasil cresce em exportação porque tem infraestrutura de qualidade. E esse é um desafio nosso, porque a safra vai aumentar ainda mais”, enfatizou o ministro Renan Filho, durante o lançamento do Plano.
RODOVIAS — Integradas ao Novo PAC, as principais obras de recuperação e melhoria das rodovias federais estarão concentradas em dois eixos estratégicos: o Arco Norte e o Corredor Sul e Sudeste, fundamentais para a logística do agronegócio brasileiro. As rodovias que compõem o Arco Norte receberão um reforço nos investimentos, que saltarão de R$ 2 bilhões para R$ 2,6 bilhões. Esses recursos serão destinados à melhoria da malha rodoviária e à conclusão de obras estruturantes.
Renan Filho pontuou que a atual gestão ampliou a qualidade da infraestrutura rodoviária brasileira — antes de 2023, apenas 52% das rodovias do Arco Norte eram consideradas boas, agora 83% estão em boas condições e apenas 3% em estado crítico, um reflexo dos investimentos realizados pelo governo.
Para o Corredor Sul/Sudeste, será destinado R$ 1,9 bilhão para a melhoria do sistema viário. Entre as principais entregas, destacam-se: implantação de nove viadutos/interseções na Rumo Malha Paulista e MRS; acesso ao Porto de Capuaba na BR-447/ES; duplicações de 87 km entre Cuiabá e Sinop na BR-163/MT; duplicação de trecho entre Navegantes e Gaspar na BR-470/SC; e de 46 km entre Soledade e Lajeado na BR-386/RS.
LEILÕES — Além disso, para fortalecer a infraestrutura de escoamento, o Ministério dos Transportes planeja realizar, neste ano, nove leilões em corredores rodoviários estratégicos, totalizando 5.517 quilômetros de melhorias e um investimento estimado em R$ 91,4 bilhões. Também está prevista a concessão de 1.708 quilômetros de ferrovia, com investimentos de R$ 99,7 bilhões, ampliando a competitividade do transporte de cargas no país.
PORTOS — Durante o evento, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ressaltou que os portos brasileiros desempenham um papel essencial na economia do país, sendo as principais vias de entrada e saída do comércio exterior. Entre as iniciativas anunciadas pelo ministro, destacam-se projetos voltados para a melhoria da infraestrutura logística na região Norte, incluindo:
– Implantação de um terminal de cargas no Porto-Cidade de Porto Velho (RO);
– Ampliação e modernização do Porto de Porto Velho (RO);
– Estudos e projeto para recuperação do cais flutuante do Porto de Porto Velho (RO);
– Implantação de um terminal de cargas no Porto-Cidade de Santarém (PA);
– Ampliação do terminal da Cargill Agrícola S.A. no Porto de Santarém (PA).
EXPANSÃO — Ainda na cerimônia, o ministro de Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a importância da iniciativa para o escoamento da safra. “A gente não dá a dimensão e o valor da força brasileira, da força de empresários, da produção agrícola, da infraestrutura, de construção de obra, e de empresários que acreditam em concessões, empresários que acreditam no crescimento desse país e estão fazendo as coisas acontecerem. O resultado disso é o crescimento da economia, é o crescimento das oportunidades”, afirmou.
SECOM/BR