A Irlanda anunciou, nesta quarta-feira (12/3), o compromisso de doar 15 milhões de euros (o equivalente a cerca de R$ 91 milhões) ao Fundo Amazônia nos próximos três anos. Gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil (BNDES) sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Fundo é a maior iniciativa mundial para a redução de emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD+) e um dos principais instrumentos de execução da política ambiental e climática brasileira.
O anúncio ocorreu em São Paulo (SP), durante reunião entre a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o ministro dos Transportes da Irlanda, Seán Canney. Ao efetivar a contribuição, a Irlanda se juntará ao grupo de países doadores, que passará a ter oito membros.
Segundo a ministra Marina Silva, o Fundo Amazônia é referência de mecanismo financeiro voltado ao enfrentamento ao desmatamento e à mudança do clima.
“É um fundo de recursos não retornáveis, com ações nas agendas de combate à criminalidade e investimento em pesquisa e projetos inovadores de desenvolvimento. Tudo isso faz a diferença, porque o que nós queremos é um novo ciclo de prosperidade, sobretudo no contexto de agravamento da mudança do clima”, destacou.
“O importante apoio da Irlanda representa um reconhecimento dos bons resultados alcançados pelo Brasil no combate ao desmatamento, e permitirá ao país avançar ainda mais nesta agenda e no enfrentamento à mudança do clima”, complementou.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, também comemorou a contribuição irlandesa. “A doação da Irlanda ao Fundo Amazônia é um reconhecimento internacional da efetividade do Brasil no combate ao desmatamento e na promoção do desenvolvimento sustentável”, avaliou. “Esse importante aporte reforça nossa capacidade de financiar iniciativas que protegem a floresta, fortalecem comunidades e impulsionam a bioeconomia. O BNDES, como gestor do fundo, continuará trabalhando para ampliar os impactos positivos dessa iniciativa e atrair novos parceiros comprometidos com a preservação ambiental e o enfrentamento da crise climática”.
Em um ano considerado decisivo para as ações de combate à mudança do clima no Brasil, com a realização da COP30, a Conferência do Clima da ONU que acontece em novembro em Belém (PA), a adesão da Irlanda reforça a estratégia brasileira com a retomada do Fundo Amazônia, após a recomposição de seu Comitê Orientador pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva já no primeiro dia do atual governo. Apenas em 2024, foram internalizados no Fundo Amazônia cerca de R$ 1 bilhão em doações contratadas em 2023 e 2024, de seis diferentes países.
“Estou particularmente satisfeito por ter feito este anúncio junto à ministra Marina Silva, que como ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, coordenou esforços que resultaram na queda de mais de 45% no desmatamento na Amazônia entre 2023 e 2024 em relação a 2022”, afirmou o ministro Canney.
Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia tem como objetivo arrecadar doações para investimentos não reembolsáveis em iniciativas voltadas à prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, além de promover a conservação e o uso sustentável da Amazônia Legal. Também apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento em outras regiões do Brasil e em países tropicais.
De acordo com o sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve queda de 30,63% na taxa de desmatamento da Amazônia de agosto de 2023 a julho de 2024 em relação ao período anterior, o que representa a maior redução percentual dos últimos 15 anos. Ainda conforme o Prodes, o declínio em 2024 na comparação a 2022 é de mais de 45%. Os bons resultados fortalecem a credibilidade do Brasil na gestão ambiental e atraem novos doadores, como a Irlanda, que anunciou seu primeiro compromisso de contribuição para o fundo.
O Fundo Amazônia tem em sua carteira 123 projetos apoiados, no valor total de R$ 3,1 bilhões , sendo mais de R$ 200 milhões somente em 2024. Sete países já realizaram doações ao Fundo: Noruega, Alemanha, EUA, Reino Unido, Dinamarca, Suíça e Japão, além da Petrobras, superando R$ 4,5 bilhões em contribuições ao longo dos 16 anos de atuação. A Irlanda se juntará ao grupo.
D1 com Agência Gov