As mensagens trocadas entre o gabinete de Alexandre de Moraes no STF e membros do TSE revelam que investigações e relatórios eram ajustados conforme as necessidades do ministro. Moraes, junto com seu juiz assessor, escolhia alvos e direcionava ações como multas ou bloqueios de contas e redes sociais, baseadas em dados ajustados para se adequarem às expectativas do gabinete.
Os envolvidos nos diálogos incluem Airton Vieira, juiz instrutor no gabinete de Moraes, Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar, e Eduardo Tagliaferro, chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação. Em diversas ocasiões, as conversas apontam para uma colaboração na qual relatórios eram criados ou modificados para atender especificamente às ordens de Moraes, mesmo que isso envolvesse alterar a integridade dos dados apresentados.
Um exemplo claro dessa prática foi uma solicitação para desmonetizar revistas consideradas golpistas, com indicações específicas para modificar relatórios que não satisfaziam plenamente os critérios desejados pelo ministro. Em outro caso, Eduardo Bolsonaro foi alvo de uma tentativa de associação a um promotor de desinformação argentino, com ordens explícitas de vincular ambos em um relatório, evidenciando uma prática de ajustar as investigações para alcançar resultados predeterminados.
Essas práticas levantam questões sobre a objetividade e a legalidade das operações conduzidas sob a supervisão de Moraes, especialmente em um contexto onde a independência judicial e a imparcialidade das investigações deveriam prevalecer.
As informações são da Folha de São Paulo