A Procuradoria-Geral da República (PGR) abriu investigação para apurar a relação do deputado federal Antonio Doido (foto de destaque), do MDB-PA, com um grupo envolvido em saques de valores milionários em agências de bancos no Pará.
A suspeita é que os valores tenham origem em desvios de verbas públicas e que parte do dinheiro foi utilizada para a compra de votos nas eleições de 2024 e na corrupção de agentes públicos.
A investigação solicitada pela PGR teve início após duas apreensões milionárias no Pará envolvendo pessoas ligadas ao deputado federal.
Em 4 de outubro de 2024, dois dias antes do 1º turno das eleições, o policial militar Francisco de Assis Galhardo do Vale foi preso ao sacar R$ 5 milhões na cidade de Castanhal (PA).
Meses depois, em 17 de janeiro de 2025, a PF fez nova apreensão, dessa vez de R$ 1,1 milhão com Jacob Serruya Neto, à época assessor de Antonio Doido. Após a prisão, ele foi exonerado da Câmara dos Deputados.
Em pedido encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, a PGR pediu que a apuração dos dois casos seja unificada e citou alguns detalhes descobertos pela Polícia Federal após a prisão do PM Francisco Galhardo com os R$ 5 milhões.
De acordo com a PGR, até o momento, foram encontrados indícios de “crimes potencialmente associados ao exercício do mandato de Deputado Federal, envolvendo o desvio de recursos oriundos de contratos públicos e a subsequente lavagem desses valores”.
Além desses tipos penais, a PGR aponta para o surgimento de informações sobre o “cometimento de delitos eleitorais e transgressões contra o sistema financeiro nacional”.
Por causa desses indícios, a PGR solicitou ao STF a expansão do objeto investigado, que até então era apenas a possível compra de votos e outros crimes eleitorais.
A partir de informações da PF, a PGR afirma que o grupo liderado pelo deputado Antonio Doido “utiliza um complexo sofisticado mecanismo de lavagem de dinheiro, proveniente de desvios de recursos públicos, mediante o suposto pagamento de vantagens indevidas para servidores públicos”.
As afirmações da PGR têm como base o material encontrado pela PF nos aparelhos celulares de Francisco Galhardo e dos outros dois presos ao sacar R$ 5 milhões e as informações enviadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O sacador
A Polícia Federal encontrou uma série de conversas no celular do policial militar Francisco Galhardo ao prendê-lo no momento de um saque de R$ 5 milhões, na cidade de Castanhal (PA), dois dias antes do 1º turno das eleições municipais de 2024.
As conversas e os dados enviados pelo Coaf revelaram um organizado esquema de saques milionários e posterior transporte de valores que os investigadores suspeitam ser do deputado Antonio Doido.
D1 com Metrôpoles