Líder supremo do Irã pede ajuda da Rússia após ataques dos EUA

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, enviou o ministro das Relações Exteriores a Moscou nesta segunda-feira (23) para pedir ao presidente Vladimir Putin mais ajuda da Rússia.

Isso aconteceu logo após a maior ação militar dos Estados Unidos contra a República Islâmica desde a revolução de 1979.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e Israel especularam publicamente sobre o assassinato de Khamenei, e sobre a mudança de regime, uma medida que a Rússia teme que possa desestabilizar ainda mais o Oriente Médio.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, deveria entregar uma carta de Khamenei a Putin, buscando o apoio dele, falou uma fonte sênior à agência de notícias Reuters.

O país não ficou impressionado com o apoio da Rússia até o momento, e querem que Putin faça mais para apoiá-lo contra Israel e os Estados Unidos, disseram fontes iranianas à Reuters. Não foi detalhado qual assistência Teerã deseja.

O Kremlin afirmou que o presidente russo receberia Araqchi, mas não especificou o que seria discutido.

O ministro foi citado pela agência de notícias estatal TASS afirmando que o Irã e a Rússia estavam coordenando posições sobre a atual escalada no Oriente Médio.

Moscou, aliado de longa data de Teerã, desempenha um papel nas negociações nucleares do Irã com o ocidente como membro com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e signatário de um acordo nuclear anterior que Trump abandonou durante o primeiro mandato em 2018.

Mas Putin, cujo exército trava uma grande guerra na Ucrânia pelo quarto ano, demonstrou pouca disposição para um confronto com os EUA sobre o Irã, justamente quando o republicano busca restaurar os laços com Moscou.

Mediação entre países

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se ofereceu repetidamente para mediar entre os Estados Unidos e o Irã e transmitiu a eles as ideias de Moscou sobre a resolução do conflito, garantindo, ao mesmo tempo, o acesso do Irã à energia nuclear civil.

Putin afirmou que Israel garantiu a segurança dos especialistas russos que ajudam a construir mais dois reatores na usina nuclear de Bushehr, no Irã, durante ataques aéreos.

Embora Moscou tenha comprado armas iranianas para a guerra na Ucrânia e assinado um acordo de parceria estratégica de 20 anos com Teerã no início deste ano, o relacionamento entre eles – que se estende por séculos – tem sido conturbado em alguns momentos.

O acordo de parceria não contém uma cláusula de defesa mútua.

Na Rússia, houve apelos para que o país apoiasse o Irã da mesma forma que Washington apoiou a Ucrânia – incluindo sistemas de defesa aérea, mísseis e inteligência por satélite.

No Conselho de Segurança da ONU, a Rússia, China e o Paquistão propuseram que o órgão de 15 integrantes adote uma resolução pedindo um cessar-fogo imediato e incondicional no Oriente Médio no domingo (22), após os ataques dos EUA.

O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, lembrou que o ex-secretário de Estado americano Colin Powell argumentou no órgão, em 2003, que o presidente iraquiano, Saddam Hussein, constituía um perigo iminente para o mundo devido aos estoques de armas químicas e biológicas do país.

“Mais uma vez, somos solicitados a acreditar nos contos de fadas dos Estados Unidos, para mais uma vez infligir sofrimento a milhões de pessoas que vivem no Oriente Médio. Isso reforça nossa convicção de que a história não ensinou nada aos nossos colegas americanos”, afirmou ele.

D1 cokm CNN/Brasil

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