A Polícia Civil da Paraíba concluiu o inquérito sobre o grave acidente envolvendo um ônibus escolar que deixou dois adolescentes mortos em 1º de abril de 2025, na rodovia PB-077, no município de Pilões. No acidente e 31 pessoas ficaram feridas.
O proprietário da empresa responsável pelo veículo, o secretário municipal de Educação e o diretor de transportes do município foram indiciados por duplo homicídio culposo no trânsito e lesão corporal culposa. O ônibus envolvido prestava serviço à Prefeitura de Pilões e, segundo as investigações, circulava em condições irregulares.
Conforme o delegado Walter Brandão, da 8ª Seccional da Polícia Civil, a apuração revelou falhas graves de segurança no ônibus. Entre os problemas identificados estão a ausência de cintos de segurança nas poltronas, a falta do disco no tacógrafo — dispositivo que registra a velocidade do veículo — e um defeito mecânico no sistema de freios, causado por fissuras na mangueira de ar comprimido que aciona os cilindros de frenagem.
Ainda segundo a polícia, o ônibus não havia passado por vistoria obrigatória e estava em situação irregular no momento do acidente.
O acidente aconteceu em uma curva conhecida como Ladeira do Espinho, próxima ao município de Cuitegi. O veículo só parou após colidir com uma mureta, o que evitou uma tragédia ainda maior, já que havia uma ribanceira no local.
As vítimas fatais foram os estudantes Gustavo Batista Belo da Silva, de 13 anos, e Fátima Antonella Guedes de Albuquerque, de 15. Entre os feridos, uma aluna teve a mão amputada.
Além dos três indiciados, uma segunda via do inquérito será enviada ao Tribunal de Justiça da Paraíba para apurar possível responsabilidade da prefeita de Pilões, que possui foro privilegiado.
D1 com Portal Paraíba
