Vendas globais da Tesla, montadora de Elon Musk, caem 13% no segundo trimestre

As vendas globais da despencaram pelo segundo trimestre consecutivo, deixando a montadora em uma situação difícil para evitar quedas anuais sucessivas. A empresa entregou 384.122 veículos nos últimos três meses, uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. Agora, a Tesla precisa compensar um déficit de quase 110 mil carros no segundo semestre para voltar a crescer em 2025.

As vendas conseguiram superar as estimativas mais pessimistas dos analistas — os mais céticos previam uma queda superior a 20%. As ações da Tesla reagiram positivamente ao relatório, subindo 5,1% às 9h15 desta quarta-feira em Nova York, antes da abertura do pregão regular.

Os números contradizem a alegação de , feita em meados de maio, de que o negócio de carros da Tesla havia se recuperado da queda no início do ano — provocada em parte pela reação negativa ao seu envolvimento com o governo de .

As vendas ainda podem enfrentar novos desafios no fim deste ano, caso o Congresso aprove o projeto de lei de gastos trilionário do presidente americano, que eliminaria os créditos fiscais para a compra de veículos elétricos.

A Tesla contava com um impulso no trimestre graças ao redesenho do Model Y, seu utilitário esportivo — de longe, seu produto mais importante. No entanto, a linha de modelos da empresa, de modo geral envelhecida, vem perdendo atratividade frente às ofertas da BYD e da Xiaomi na , enquanto a ganha espaço no mercado de carros elétricos nos .

A Tesla informou aos investidores, em abril, que novos veículos — incluindo modelos mais acessíveis — continuavam no cronograma para entrar em produção no primeiro semestre do ano. Esses carros mais baratos, porém, não se concretizaram, levando vários analistas a especular que podem ter sido adiados.

A maioria dos analistas agora espera que a Tesla registre sua segunda queda anual consecutiva nas vendas de veículos. Analistas consultados pela Bloomberg projetam, em média, que a empresa entregará cerca de 1,65 milhão de veículos em 2025 — uma queda de aproximadamente 8% em relação aos 1,79 milhão do ano passado.

A diretoria da Tesla já recuou da previsão feita em janeiro de que o negócio de veículos voltaria a crescer este ano. Em abril, executivos alertaram que reavaliariam essa perspectiva ao divulgar os resultados financeiros neste mês.

Em 20 de maio, Elon Musk disse à Bloomberg News que as entregas da Tesla haviam se recuperado e que a empresa não esperava nenhuma queda significativa daqui em diante.

“Os números de vendas neste momento são fortes e não vemos nenhum problema com a demanda”, afirmou o CEO em entrevista no Fórum Econômico do Catar.

Chinesa ultrapassa a Tesla

Em abril, a montadora chinesa pela primeira vez na história, ultrapassando a marca americana que há anos liderava o segmento de EVs no continente.

A montadora chinesa registrou 7.231 novos veículos elétricos a bateria (BEVs) em abril, segundo dados da consultoria Jato Dynamics. O número representa um salto de 169% em relação ao mesmo período do ano anterior, colocando a BYD entre as 10 marcas mais vendidas de EVs. A montadora de Elon Musk ficou em segundo lugar, com queda de 49% em seus registros.

Robotáxis são lançados

Musk desviou a atenção dos investidores das vendas de veículos no fim do trimestre ao . Embora a Tesla tenha oferecido passeios apenas para um pequeno grupo de fãs em uma área restrita de Austin — e vídeos de alguns trajetos tenham gerado questionamentos por parte de reguladores federais de segurança — as ações da Tesla subiram 23% no período de três meses.

O CEO agora está assumindo um controle mais direto sobre a divisão automotiva da empresa após a saída de Omead Afshar, seu aliado próximo que era responsável pelas operações de vendas e fabricação da Tesla na América do Norte e Europa.

As operações de vendas da Tesla nos EUA e na Europa passarão a se reportar diretamente a Musk, enquanto Tom Zhu, vice-presidente sênior, continuará supervisionando as vendas na Ásia e assumirá também as operações globais de manufatura, informou a Bloomberg na terça-feira, citando fontes familiarizadas com o assunto.

D1 com O Globo

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