A disputa em torno da indicação do novo ministro do Supremo Tribunal Federal elevou a tensão entre o governo Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, a um nível considerado inédito. Relatos indicam um clima de ruptura, marcado pela recusa de Alcolumbre em dialogar com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner. O senador passou a tratar Wagner como responsável por dificultar a possível indicação de Rodrigo Pacheco ao Supremo, rejeitando conversas mesmo quando ambos estavam no plenário.
Alcolumbre, apontado como principal defensor da ida de Pacheco ao STF, teria afirmado que não atenderia mais Wagner e até sugerido que apagassem seu número de celular. Em conversas reservadas, disse que o governo conheceria “um novo Davi”. A crise se intensificou após reunião entre Lula e Pacheco no Palácio do Planalto, quando o presidente tentou convencê-lo a disputar o governo de Minas Gerais, abrindo caminho para Jorge Messias ser indicado ao STF. Pacheco agradeceu, mas reafirmou que pretende deixar a vida pública ao fim do mandato, frustrando a estratégia articulada pelo Planalto.

Nos bastidores, avalia-se que a resistência de Alcolumbre ao nome de Messias aumentou. Antes mesmo do encontro com Pacheco, aliados de Lula já reconheciam dificuldades para emplacar o chefe da AGU. A negativa do senador em disputar o governo mineiro travou tentativas de pacificação e levou o PT a discutir alternativas para a chapa estadual. Em Brasília, circulam versões divergentes: enquanto parte dos aliados diz que não há decisão final, outra ala acredita que a indicação de Messias está mantida, argumentando que recuar agora seria politicamente desgastante. Uma saída avaliada seria colocar o processo em espera até que o clima político esfrie.
Difusora1 com informações da CNN Brasil



