O pacote de medidas econômicas anunciado pelo governo federal nesta semana, destinado a conter gastos públicos e alcançar a meta fiscal de 2024, gerou reações mistas entre agentes econômicos. Representantes do mercado financeiro e empresários expressaram preocupações quanto à eficácia das ações e seus possíveis impactos sobre a economia.
Entre os pontos mais polêmicos estão os cortes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), mudanças no abono salarial e ajustes no cálculo do salário mínimo. Embora o governo tenha garantido que os pisos constitucionais, como saúde e educação, não serão afetados, a redução de benefícios sociais foi vista com cautela. “Medidas como essa podem causar impacto no consumo das famílias, afetando diretamente o comércio e a indústria”, destacou um economista consultado.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou para o risco de uma retração econômica, caso o pacote não seja acompanhado de estímulos à atividade produtiva. Já representantes do mercado financeiro elogiaram a intenção de buscar equilíbrio fiscal, mas criticaram a falta de detalhamento em relação a cortes mais estruturais.
Por outro lado, especialistas apontam que o pacote é necessário para restaurar a confiança internacional e evitar um desequilíbrio fiscal ainda maior. “É uma escolha difícil, mas o Brasil precisa sinalizar compromisso com a responsabilidade fiscal para atrair investimentos externos”, afirmou um analista de mercado.
No Congresso, o pacote deverá enfrentar resistência, especialmente em relação às medidas que afetam diretamente trabalhadores e beneficiários de programas sociais. Líderes da oposição já indicaram que pretendem obstruir a votação, enquanto a base aliada trabalha para articular a aprovação das propostas.
A reação do mercado nos próximos dias será decisiva para medir a aceitação do pacote. O governo, por sua vez, aposta que a adoção dessas medidas trará resultados positivos no médio prazo, ajudando a consolidar a trajetória de crescimento econômico e controle inflacionário.
Redação