Cícero Lucena relata momentos de tensão em Israel durante conflito com o Irã e aguarda retorno ao Brasil; veja a entrevista no concedida ao Boca Quente

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, relatou nesta sexta-feira (13), em entrevista ao programa Boca Quente, da Difusora Rádio Cajazeiras, os momentos de apreensão vivenciados em Israel, onde se encontra participando de uma missão internacional voltada à segurança cidadã, inovação e desenvolvimento sustentável. Cícero está no país com um grupo de cerca de 25 brasileiros — entre prefeitos, vice-prefeitos e secretários de segurança — quando o conflito entre Israel e Irã se intensificou nas últimas horas.

Na entrevista concedida aos jornalistas Jarismar Pereira, Ian Braga e Hebert Mello, o prefeito explicou que, após a confirmação do ataque iraniano, o grupo foi direcionado para um alojamento com abrigo antiaéreo. “Por volta das 3h da manhã, recebemos alerta no celular para nos dirigirmos ao abrigo. Logo em seguida, as sirenes tocaram e permanecemos abrigados até que o exército israelense abateu o míssil”, relatou Cícero.

O prefeito explicou que esse procedimento se repetiu outras vezes ao longo da madrugada e do dia, evidenciando o clima de tensão e vigilância constante. “Tivemos novas emergências e retornamos ao abrigo. Felizmente, todos os mísseis lançados foram interceptados com sucesso”, disse ele, reforçando que as autoridades israelenses têm prestado total apoio ao grupo brasileiro, assim como a Embaixada do Brasil no país.

Espaço aéreo fechado impede retorno

Cícero Lucena destacou que uma das principais dificuldades enfrentadas no momento é a impossibilidade de retorno imediato ao Brasil, já que o espaço aéreo de Israel permanece fechado para voos civis. “Mesmo com a intenção do governo brasileiro de nos buscar, isso só será possível quando houver autorização para pousos e decolagens”, afirmou. Ele contou ainda que entrou em contato com o deputado federal Hugo Motta e o deputado estadual Mersinho Lucena, que têm atuado junto ao Ministério das Relações Exteriores para garantir assistência aos brasileiros retidos no país.

Diante da situação, alternativas de saída pelo Egito ou pela Jordânia foram consideradas, mas ambas apresentam riscos logísticos e de segurança. “O Egito é uma opção distante e envolve a travessia do deserto de Sião, onde há relatos de criminalidade. Já a Jordânia tem aeroportos fechados ou sob risco de ataque, o que torna inviável o deslocamento”, explicou o prefeito.

Conflito geopolítico e ataque às instalações nucleares

Questionado sobre o motivo do confronto, Cícero Lucena afirmou que o ataque israelense teve como alvo instalações nucleares do Irã. Segundo ele, a tensão vem se acumulando há meses devido às suspeitas de que o Irã estaria desenvolvendo armas nucleares, apesar das tentativas dos Estados Unidos em negociar um acordo para uso pacífico do urânio.

“Ontem, Israel bombardeou usinas nucleares, matou um cientista responsável pelo programa e membros do alto escalão da inteligência militar iraniana. Também destruíram bases de drones. Agora, a expectativa gira em torno da resposta iraniana”, relatou Cícero, afirmando que Israel tem recebido apoio estratégico apenas na defesa, especialmente dos Estados Unidos, sem participação direta no ataque.

Apoio e solidariedade

Apesar da tensão, Cícero se mantém confiante no desfecho pacífico da situação. Ele agradeceu o apoio recebido de familiares, amigos e paraibanos que têm manifestado solidariedade e enviado orações. “Estamos entregues a Deus, com fé e paciência. Em breve, estaremos de volta ao Brasil, em paz”, disse.

O prefeito permanece hospedado na zona rural de Tel Aviv, em um instituto com infraestrutura de segurança. Ele garantiu que o grupo está sendo alimentado e amparado pelo governo israelense enquanto aguarda condições para o retorno seguro.

Assista a entrevista no Boca Quente:

RedaçãoD1

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