A Paraíba contabilizou 26 feminicídios entre janeiro e outubro de 2025, igualando o total de 2024, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Os casos ocorreram em 20 cidades, incluindo João Pessoa, Campina Grande, Patos, Cajazeiras, Pombal e Santa Rita. A pesquisadora Glória Rabay atribui a persistência dos índices a fatores culturais, afirmando que “a lei, em si, não vai fazer diminuir nada” e que o avanço de discursos misóginos tem ampliado a violência. Ela ressalta que o crime está distribuído em todo o território porque “a cultura machista está disseminada por toda a sociedade”.
O feminicídio é considerado crime hediondo desde 2015 e se tornou crime autônomo com a Lei 14.994/2024, com pena que pode chegar a 40 anos. Para Glória Rabay, a tipificação foi um avanço, pois permite reconhecer que “essa mulher foi morta porque é mulher”, reforçando a necessidade de educação como caminho para reduzir os casos. A pesquisadora destaca que o processo educativo deve envolver escola, família, mídia, igrejas e setor privado, uma vez que práticas misóginas alimentam o ciclo de violência.

Em 2024, a Paraíba registrou 25 feminicídios, número 26% menor que em 2023, quando houve 34 casos, mas ainda considerado alto. A maioria das vítimas foi morta por parceiros ou ex-parceiros, sobretudo por arma de fogo. Denúncias podem ser feitas pelos telefones 197 (Polícia Civil), 180 (Atendimento à Mulher) e 190 (emergência).
Difusora1 com informações do G1 PB



